Apresentação/Introdução
A experiência exitosa do qual se trata relaciona-se com o processo de gestão e a nova forma de construção do Plano Municipal de Saúde do município de Juruaia, sul de Minas Gerais para a vigência 2022-2025. Tal fato foi motivado pela necessidade da realização de uma mudança drástica na metodologia de gestão, nos processos de trabalho, nas ações e metas desenvolvidas até o momento partindo do uma discussão técnica que possibilitou levantar dados e identificar pontos que necessitavam de atenção da gestão atual. O público-alvo foram os profissionais de saúde que estão alocados como coordenadores de Departamento ao qual passar por um alinhamento conceitual sobre a proposta de montagem do plano utilizando uma matriz 5w2h, focando principalmente nas necessidades mais relevantes e a partir da construção da matriz estabelecer forma de executar as ações para os 4 anos de gestão. Para além do planejamento interno houve ainda a participação da sociedade civil que por sua vez auxiliou na discussão através de espaço garantido em conferências de saúde e conferência de saúde mental, incorporando assim na construção de um instrumento que externasse a realidade local e as ações que foram programadas e alinhadas com a equipe de trabalho. Dentre os principais tópicos deste trabalho, estiveram presentes as análises do município, das RAS – Redes de Atenção à Saúde, da série histórica e por fim da necessidade da população.
Objetivos
Tem-se como objetivo principal a construção de um documento vivo e que possibilite atender as necessidades da população, minimizando os problemas de saúde e ampliando a capacidade de planejamento dos atores em consequência oferecer um SUS de qualidade e que cumpra ao máximo os serviços que são oferecidos, aumentando a eficácia e eficiência com que os usuários são acolhidos e atendidos na rede pública, deixando evidente que novas técnicas de gestão podem contornar deficiências da rede. Objetivo Específico: - Planejamento ascendente do modelo de gestão local; - Programação e estruturação das ações para os 4 anos de gestão; - Implantação de metas e indicadores que expressam a andamento da saúde local; - Incorporação de novas formas de fazer gestão com qualidade.
Metodologia
Com a mudança da gestão e a necessidade de fazer o planejamento para a construção do Plano Municipal de Saúde, houve a necessidade de realizar um alinhamento conceitual com os profissionais que assumiram cargo de coordenação, possibilitando um nivelamento das propostas já incorporadas em alinhamento com as ações de governo. Partindo do princípio de que havia a necessidade de conhecer o território e suas características a após o alinhamento conceitual, foi apresentado uma matriz para a realização do diagnóstico local contendo questões específicas para cada coordenadoria e a partir das informações houve a consolidação para o início da segunda etapa já que foi possível devido a visão panorâmica da situação atual. Para início da segunda etapa foi utiliza a ferramenta 5w2h ao qual se baseia-se na elaboração de um questionário formado por sete perguntas, sendo: a. What (o que será feito); b.Who (quem fará); c.When (quando será feito); d.Where (onde será feito); e.Why (por que será feito) f.How (como será feito) g.How Much (quanto custará) E, por fim, a terceira etapa que foi a mais relevante focada portando na participação do controle social através das conferências de saúde e saúde mental ao qual validou a matriz de planejamento e realizou novas proposições para a saúde local.
Resultados
O planejamento para a construção do Plano Municipal de Saúde e com a aplicação de todas as etapas possibilitou um maior entendimento das necessidades locais e norteou as equipes em relação as ações que fossem fazer efeito de curto, médio e longo prazo para a qualidade de vida da população, com isso foi possível ter um documento realmente estruturante para o Sistema Único de Saúde. Após a construção os efeitos a curto prazo foram sendo executados e tendo êxito na implantação como a Equipe Multiprofissional em Saúde Mental, os Kit-Lanches para pacientes que fazem tratamento fora do domicílio (projeto aprovado), a ampliação da oferta de exames e consulta garantindo assim o procedimento cirúrgico e atendo o paciente de forma integral, além é claro de ter previsão financeira para que não houvesse descontinuidade dos projetos propostos. Para além, ainda houve a mudança de gestão dos prestadores com alterações contratuais e da forma de se fazer regulação do acesso, principalmente com a implantação de um sistema de regulação SISREG. Por fim, o Plano Municipal de Saúde atingiu diretamente a estrutura organização e a forma de fazer SUS dando um novo formato e realmente se tornando um instrumento vivo.
Conclusões
A estruturação do instrumento de gestão de forma ordenada e organizada utilizando ferramentas de apoio para sua construção sem sobra de dúvidas melhora o planejamento estratégico e a programação das ações locais. O Plano Municipal de Saúde através da estratégia utilizada e das fases que foram superadas para sua construção permitiu desenvolver ações que se esbarram e nós críticos e sem o planejamento adequado demora anos para serem executadas, com isso impedem a melhoria do sistema de saúde e automaticamente a qualidade de vida dos usuários. Ressalta-se que o Plano Municipal de Saúde ver ser visto não apenas como um documento a ser criado para cumprimento da legislação vigente e sim um instrumento que garanta aos gestores formas de atuação e continuidade de um sistema de saúde eficiente e eficaz com o alcance contínuo das metas e indicadores. Importante frisar que o desafio é constante e que a cada dia aparece novas barreiras que devem ser avaliadas com a estruturação de como enfrentá-las através de ações planejadas utilizando constantemente as etapas para a construção do Plano Municipal de Saúde, incorporando as mesas no documento para que sejam contempladas a curto, médio e longo prazo.
Palavras-chave
Planejamento; Gestão; Plano Municipal de Saúde.