Apresentação/Introdução
Estudo traz a discussão da eficácia das plantas medicinais e fitoterápicos utilizados por algumas parteiras tradicionais da região do estado do Pará, informações levadas por gestantes frequentadoras do Centro de Parto Normal do município de Castanhal, onde gerou a necessidade de estudos científicos da prática empírica das mesmas para estimulação das contrações uterinas no período de trabalho de parto das gestantes, considerada uma prática integrativa complementar (PIC) e inclusa Portaria Interministerial nº 2.960, do Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos foi aprovado em 9 de dezembro de 2008. Os entraves relacionados à proposta de inclusão das PICs na assistência a saúde como um todo e na grade curricular pedagógica das instituições de ensino também tem repercussão na implantação efetiva das PICs no SUS, com o déficit na formação de profissionais preparados para aplicação de novo modelo de atenção à saúde da mulher, a limitada produção de estudos científicos referente à efetividade das PICs e baixa inserção de profissionais terapeutas legitimados no mercado de trabalho (FONTANELA et al, 2007). Por isso, as enfermeiras obstétricas do CPN avaliaram a necessidade de investigar a efetividade da utilização das plantas medicinais e dos fitoterápicos na assistência à mulher no ciclo gravídico-puerperal, de acordo com as evidências científicas de eficácia e segurança.
Objetivos
Descrever como as enfermeiras obstetras que trabalham no CPN utilizam as plantas medicinais e os fitoterápicos na assistência à mulher no ciclo gravídico-puerperal; Avaliar as evidências científicas de eficácia e segurança das plantas medicinais e fitoterápicos utilizados na assistência à mulher no CPN.
Metodologia
Um estudo elaborado de tecnologia assistencial do tipo pesquisa de desenvolvimento qualitativo. A pesquisa foi desenvolvida em quatro etapas: 1) Coleta de dados: seleção dos participantes de acordo com os critérios de inclusão e exclusão, aplicação do questionário eletrônico; análise de conteúdo dos relatos, segundo Bardin (2010), e seleção dos descritores de pesquisa MeSH; Que constituiu de perguntas fechadas e abertas. A caracterização do perfil das enfermeiras, com as perguntas fechadas com opções para assinalar com (x), foi questionado sobre a idade, sexo, formação acadêmica, tempo de formação obstétrica e atuação na assistência obstétrica. direcionada ao uso das plantas medicinais e fitoterápicas e seu uso na assistência obstétrica, principalmente as plantas medicinais e fitoterápicos utilizados durante o trabalho de parto com duas perguntas fechadas. As perguntas com respostas abertas foram direcionadas a relação planta medicinal e ou fitoterápico com os efeitos esperados na assistência. Em seguida, fechamos o questionários indagando sobre a efetividade do uso do tratamento fitoterápico e se já foi presenciado efeitos adversos ou complicações nas pacientes após o uso dessa terapia alternativa. 2) Revisão Integrativa da Literatura; 3) Os artigos obtidos na RIL foram selecionados de acordo com o nível de evidência do Sistema GRADE (Grading of Recommendations Assessment, Development, and Evaluation); 4) Elaboração do protocolo assistencial.
Resultados
Enfermeiros Obstétricos foram os profissionais pesquisados, total de dez, 100% de mulheres, faixa etária predominante de 26 a 30 anos. Em relação ao estado civil a maioria das enfermeiras são solteiras e todas fizeram especialização em enfermagem obstétrica na modalidade de residência, na Categoria do uso de plantas medicinais e fitoterápicos na assistência obstétrica: afirmaram que utilizam a canela e a chicória, óleo de prímula e a pimenta preta ou pimenta do reino, gengibre. Quando questionadas se o uso das plantas medicinais e fitoterápicos na sua assistência obstétrica produz os efeitos esperados : a maioria relata êxito no uso das plantas medicinais e dos fitoterápicos. Mas, que ela não é efetiva em 100% das mulheres. Por algum motivo suponho que relacionado a farmacodinâmica intrínseca de alguns indivíduos. A canela, chicória e a pimenta preta são especiarias reconhecidas como geralmente seguras (GRAS) nos EUA, desde que consumidas em quantidades usualmente encontradas em alimentos não foram encontrados estudos confirmando a ação do estímulo da contratilidade uterina. Mesmo todos os artigos mencionando que existem relatos secundários desses efeitos. Faltam ECR para comprovar esse efeito, que já é evidenciado há muito tempo nas prática por várias populações no mundo todo. O gengibre já têm segurança comprovada no trabalho de parto, náuseas, vômitos e o óleo de prímula já tem evidências de eficácia no preparo do colo e na indução do trabalho de parto, respectivamente
Conclusões
As enfermeiras obstétricas do Centro de Parto normal descreveram o uso de plantas medicinais com resultados efetivos na indução do trabalho de parto. Os mais citados: chicória e do óleo de prímula por todas as participantes e o uso da canela, gengibre, pimenta preta ou pimenta do reino. Esta pesquisa e um recorte de uma dissertação de mestrado que elaborou com esses dados um protocolo assistencial, que conseguiu definir a dose segura, a posologia mais adequada para utilização na gravidez e no puerpério, garantindo segurança e efetividade dessa prática. Na elaboração desta pesquisa foi possível identificar quais as plantas medicinais e fitoterápicos podem ser utilizados com segurança na assistência obstétrica. Essa pesquisa revelou a escassez de estudos brasileiros acerca do tema e busca estimular a elaboração de mais pesquisas experimentais em grupos humanos para comprovar a eficiência e a eficácia das plantas medicinais e fitoterápicos nas práticas assistenciais do SUS. A equipe ainda está em processo de continuidade da pesquisa, para implementação de hortas verticais e visa um estudo coletando dados da eficácia das plantas nas parturientes que utilizam as plantas medicinais e fitoterápicos na assistência obstétrica do CPN.
Palavras-chave
ervas medicinais, parto em cpn, uterotônicos, chás