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Monte Negro - RO

RE-EDUCAÇÃO DA POPULAÇÃO: UM CAMINHO ATÉ A ATENÇÃO BÁSICA

Autor(a): JHONATAN SOUZA DE OLIVEIRA

Coautor(a): ALCIONE BAIETA DA SILVA BOHRER

Ano: 2022

Apresentação/Introdução

A atenção básica, ou atenção primária a saúde serve como porta de entrada do usuário ao sistema único de saúde (SUS). O seu objetivo deve ser de orientar sobre a prevenção de doenças, solucionar os possíveis casos de agravos e direcionar os mais graves para níveis de atendimento superiores em complexidade, portanto, como um filtro capaz de organizar o fluxo dos serviços nas redes de saúde, dos mais simples aos mais complexos. Em pequenos municípios, por hábito ou conveniência, a população em geral tende a procurar atendimento na unidade hospitalar. Condições crônicas, dores que estão presentes há um mês, troca de receitas, apresentação de exames, dentre tantos outros, que deveriam ser atendidos na rede básica. Acontece, que quase 90% desse atendimento poderia e deveria ser resolvida na rede de atenção básica, as chamadas Unidades Básica de Saúde (UBS) ou Postinhos. As unidades hospitalares devem estar envoltas no atendimento a urgências e emergências, mas acabam atendendo essa demanda para evitar maiores problemas com a população e muitas vezes até políticos, comum nos pequenos centros. O que na maioria das vezes deixa a população mal acostumada, sem entendimento do fluxo da rede e a equipe que deveria estar ali pronta para urgências, emergências e no atendimento a pacientes internados exausta e estressada. O presente trabalho, visa compartilhar a experiência do município de Monte Negro – RO, com população de 16.000 habitantes.

Objetivos

Apresentar a experiência no encaminhamento de pacientes classificados como prioridade Azul ou Verde após classificação de risco para a rede de atenção básica com atendimento no mesmo dia, através de planilha simples em nuvem e re-educação da população Aumentar a capacidade de atendimento e resolução de casos da Atenção da Básica Diminuir do tempo de espera para atendimento na unidade hospitalar de casos de urgência

Metodologia

Durante as reuniões de planejamento das equipes de atenção a saúde, notava-se através de relatórios grandes números de atendimentos ambulatorias na unidade hospitalar, ficando por vezes o profissional lotado na atenção básica ocioso. Através dessa análise, e de reuniões de alinhamento, foi criado então um fluxo de encaminhamento para pacientes classificados como Azul ou Verde para que fossem referenciados para a sua unidade de referência (preferenciamente), para o atendimento com o Médico da Família ainda no mesmo período. Através de uma planilha em excel, planejada e atualizada semanalmente com o número de vagas disponíveis em cada UBS e compartilhada com os recepcionistas das unidades, o enfermeiro classificador da unidade hospitalar realiza os procedimentos de triagem e classificação, preenche o a planilha com o nome do paciente direcionado a unidade para fins de organização do fluxo, que em tempo real é atualizada, e a unidade que vai receber este paciente para atendimento já ficar ciente, as quais os dados de triagem e informações iniciais que já foram preenchidas na triagem e classificação já estarão disponíveis dentro do prontuário eletrônico único adotado no município, e esse paciente já chega a UBS pronto para o atendimento médico.

Resultados

Desde a implantação deste fluxo de trabalho, nota-se uma melhora e fluidez no atendimento da unidade hospitalar. Foi possível observar uma diminuição na procura pela unidade de urgência e emergência, pois os pacientes já começam a procurar diretamente o atendimento na rede básica, uma vez que se forem ao hospital serão encaminhados caso necessário. A própria população tem aceitado bem a necessidade do encaminhamento a sua unidade referência, sendo orientada sobre os benefícios em se ter um acompanhamento de rotina e cuidado continuado na UBS próxima a sua residência. Para os profisionais de saúde, também foi possível otimizar o tempo, tanto para os médicos da UBS que recebem esse pacientes e não ficam ociosos quanto para os médicos plantonistas que podem dedicar mais tempo a pacientes internos e a possíveis emergências que podem chegar a qualquer momento, e carecem de total atenção e concentração para salvar vidas. A educação e entendimento da população quanto a qual o serviço ela deve utilizar dependendo da gravidade, tem sido o nosso melhor resultado.

Conclusões

A atenção básica como ordenadora do cuidado, deve procurar estruturar-se de forma a atender o paciente em sua integralidade, oferece uma diversidade de serviços realizados pelo SUS, incluindo: acolhimento com classificação de risco, consultas de enfermagem, médicas e de saúde bucal, distribuição e administração de medicamentos, vacinas, curativos, visitas domiciliares, atividade em grupo nas escolas, educação em saúde, entre outras. Ela possibilita a resolução de grande parte das necessidades de saúde e caso seja necessário, realiza o encaminhamento para os demais níveis de atenção, procurando inseri-lo na rede de atendimento de acordo com a sua real necessidade, assim portanto, evitando custos desnecessários, diminuindo as filas de espera, e otimizando o atendimento a todos que dela necessitam. Ideias e ações como estas, são importantes para que a população entenda que o SUS é um só, mas que precisa de organização para que possa funcionar de forma adequada, contribuindo com as necessidades de cada usuário. Com o exposto acima, conclui-se que foi possível atender aos objetivos do presente trabalho.

Palavras-chave

atenção-básica, encaminhamento, aps, educação