Apresentação/Introdução
O município de Viamão, apresenta uma estimativa populacional de 256 mil habitantes, sendo 25.545 crianças entre 05 a 11 anos de idade (IBGE,2010). Com base na divisão territorial, em 4 regiões de saúde, para melhor ofertar acessibilidade a população, inclusive aos munícipes da região rural, as ações de vacinação para o público infantil foram sendo desenhadas, em locais de referência nos bairros da cidade, no qual já houvesse vínculo prévio. Tendo em vista, as potências das articulações com outras secretarias em ações de saúde anteriores, especificidades dos territórios, aumento de sintomáticos respiratórios das unidades de saúde, imunizante novo para administrar nas crianças, e insegurança externadas pelas famílias, referente a negativa da vacinas para seus filhos, apostamos em encontros de educação permanente anterior ao início da Campanha, para rever processos de trabalho, com intuito de “aconchegar” essas crianças e seus respectivos núcleos familiares/acompanhantes/cuidadores, em ambiente acolhedor, familiar e seguro ponto de acesso idealizado : escolas da rede de ensino municipal. Embora a orientação do Plano Estadual (RS,2022), fosse de não viabilizar as ações de vacinação em ambiente escolar, diante da capilaridade de cada território, recursos humanos e recursos materiais, foi sendo possível, estruturar o ambiente escolar, com base em discussões técnicas e contribuição dos atores envolvidos no cuidado, para que tal ação ocorresse de maneira segura e eficiente.
Objetivos
Objetivos Potencializar ações intersetoriais, através dos processos de educação permanente em saúde, estimulando a reflexão crítica das ações em saúde e visando mudanças das relações no cuidado com os usuários. Objetivos Específicos Planejar ações de educação permanente em saúde Promover ações intersetoriais Estimular integração ensino- serviço Fomentar a participação do controle social e Garantir ações que contribuam para controle de doenças imunopreviníveis.
Metodologia
A metodologia utilizada teve como base a formação de um colegiado, com a participação dos envolvidos na elaboração de uma proposta de assistência humanizada para melhor acolher o público infantil e suas especificidades, no período da vacinação contra a Covid 19, no município de Viamão . A ideia central partiu do Prefeito da cidade de operacionalizar a vacinação em ambiente escolar, após ocorreu um encontro para discutir e lapidar os processos, desde estrutura física, logística de atendimento, recursos humanos, recursos materiais, pontos de acesso entre outros, esse momento contou com a presença da Secretária de Saúde, Secretaria da Educação, RT Imunização, RTs Urgência e Emergência, profissionais da rede de saúde da atenção básica. Neste momento, a participação dos usuários foi através dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), que realizavam visitas de casa em casa, com intuito de entender o motivo da negativa das famílias/cuidadores responsáveis em vacinar seus filhos contra Covid 19. A partir desses elementos, o grupo avaliou a potência do espaço escolar, para uma adesão significativa. Tendo em vista, a coleta de informações, mapeamento territorial, ambiente escolar familiar para o público a ser atendido, aumento de sintomáticos respiratórios na Atenção Básica, subsídio técnico dos Rts e respectivas equipes de profissionais atuantes na rede de saúde, foram realizadas encontros de educação continuada , com abordagem que perpassa o “ ato de aplicação de vacinas”.
Resultados
Na prática, a logística para atendimento ocorreu levando em conta o mapeamento realizado, inclusive, com a contribuição do ACS, em 7 pontos estratégicos, priorizando região rural, na qual localizam -se escolas de educação infantil, contemplando crianças na faixa etária de 5 anos de idade, e as demais pertencente ao grupo de vacinação. As equipes foram compostas por: 1 enfermeiro, 1 técnico de enfermagem, 1 ACS e a participação dos profissionais das escolas, professores, diretores, administrativos, acadêmicos entre outros. Recursos lúdicos e pedagógicos articulados com a sensibilidade do procedimento técnico da enfermagem, foram dando a leveza e garantia de atendimento seguro, em um momento de tanto “pavor”, do que diz respeito às "fake news”, referente à vacinação infantil. No tocante a estrutura física para atendimento, desde o acolhimento até a liberação dos usuários e suas famílias/cuidadores, havia uma sala de espera com materiais destinados para o público a ser atendido, uma sala de vacinação e uma sala de observação, para possíveis ocorrências de eventos adversos pós vacinação (EAPV), conforme NT 02/2022, Ministério da Saúde. Também foi estabelecido fluxo de atendimento, com a disponibilidades de transporte e assistência inicial nas Unidades Básicas de Referência, próxima da escola, em todos os pontos, inclusive, na região rural, considerando a articulação realizada com os serviços de Urgência e Emergência do município, para situações mais graves.
Conclusões
A experiência em ato, traz reflexões no que diz respeito ao cotidiano de fazer saúde em todos os pontos de assistência do Sistema Único de Saúde. A construção do cuidado, através de diferentes saberes, posiciona os trabalhadores como um coletivo, através da intersetorialidade, a construir modos de inteligência em rede. Embora a estrutura física de assistência estivesse de acordo com critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde, a relação de afeto e busca de sensibilizar a população para a importância da vacinação, evidenciou que "reinventar" o cuidado, a partir da singularidade do sujeito, corrobora para a qualificação e adesão às ações de saúde. A multiplicação da informação por meio do ACSs, população, canais de comunicação populares, teve ampla repercussão, considerando que no primeiro mês de Campanha , o município manteve média de 600 crianças vacinadas/dia, atingindo cobertura vacinal próxima de 50 % , de primeira dose aplicada. Contudo, foi identificado parte da população que não havia iniciado/completado esquema primário contra Covid 19 e inúmeras situações com vacinação de rotina em atraso. Realidades que vão de encontro , com a proposta de estratégias intersetoriais , com orientações das doenças imunopreviníveis
Palavras-chave
AcolhimentoHumanizado,educação permanente em saúde