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Catanduva - SP

Alta responsável e acompanhamento pela EMAD no contexto da pandemia da COVID 19.

Autor(a): CAMILA DE SANTIS SILVA

Coautor(a): Tiago Aparecido da Silva, Alexandre Luiz de Arruda Céspedes, Natália Lourenço Costa, Rodrigo das Neves Cano, Eduarda Oliveira de Aro Margonar

Ano: 2022

Apresentação/Introdução

No fim de 2019, o novo Coronavírus foi nomeado como COVID-19, sendo agente causador de uma série de casos de pneumonia. Sabe-se que o vírus tem alta transmissibilidade e provoca uma síndrome respiratória aguda que varia de casos leves a casos muito graves com insuficiência respiratória, na grande maioria das vezes sendo necessário a internação. Após o período de internação o paciente necessita de acompanhamento adequado com equipe multiprofissional visando o processo de reabilitação, todavia, na maioria das vezes os municípios não dispõe de fluxo e equipe capacitada para cuidado continuado no domicilio. Nesse contexto, o município de Catanduva vivenciando essa dura realidade, teve a necessidade de repensar o protocolo de atenção domiciliar e alinhar o fluxo de alta dos pacientes internados, sobretudo, os acometidos pela COVID19.

Objetivos

Reestruturar o Serviço de Atenção Domiciliar no município de Catanduva, através da elaboração de protocolo do serviço de Atenção Domiciliar, contendo a organização de fluxos e trabalho em rede.

Metodologia

As discussões para elaboração do protocolo se basearam em reflexões, trocas de experiências, encontros técnicos e científicos que impulsionaram a implementação de fluxos em diferentes espaços e a necessidade de refletir sobre estratégias que possibilitassem a melhoria contínua da assistência prestada aos usuários do SUS no âmbito domiciliar. ETAPA 1. Articulação entre Secretaria Municipal de Saúde, Organização Social e equipe de Serviço de Atenção Domiciliar para iniciar o Protocolo de Serviço de Atenção Domiciliar do município de Catanduva. Nessa etapa de elaboração, houve momentos de troca de experiência via web com município de Ribeirão Preto, e visita “in loco” nos municípios de São José do Rio Preto e Novo Horizonte para conhecimento do trabalho desenvolvido pelas equipes de atenção domiciliar. ETAPA 2. Levantamento das principais demandas de alta hospitalares no ano de 2019 e 2020 ETAPA 3. Conversa com os hospitais do município para discussão de facilidades, dificuldades, desafios e definição de fluxos com a rede hospitalar; ETAPA 4. Elaboração e publicação do Protocolo; ETAPA 5. Apresentação do protocolo para as equipes de Núcleo Ampliado de Saúde da Família (NASF) e profissionais da Atenção Primária a Saúde (APS); ETAPA 6. Classificação dos pacientes das unidades de saúde como AD1, AD2 e AD3; ETAPA 7. Últimos ajustes de definição de fluxo com hospitais e início do funcionamento do EMAD conforme protocolo publicado.

Resultados

No protocolo definiu-se 2 fluxos: -Fluxo Intrahospitalar: hospital onde o paciente está internado encaminha um email de alta para EMAD informando as condições do paciente e previsão de alta. Profissional da EMAD realizará visita “in loco” no setor de internação. No momento da visita o profissional classificará o paciente como AD1, AD2 ou AD3. AD1: o profissional encaminhará a demanda para APS. AD2/AD3: a equipe realizará VD para verificar as condições de ambiência e moradia, e se atender os critérios preconizados para absorção do paciente, o mesmo receberá a alta e será acompanhado pela equipe, caso não atenda os critérios, haverá articulações intersetoriais. Com o paciente ainda internado no hospital, o SAD deve viabilizar as condições necessárias do domicílio para o recebimento do mesmo. -Fluxo Extrahospitalar: APS realizará formulário de solicitação do SAD e encaminhará para EMAD, que realizará o agendamento de VD com a enfermeira da unidade de referência do paciente. Paciente será classificado como AD1, AD2 ou AD3. AD1: APS irá se organizar para realizar planejamento e acompanhado do paciente através da equipe da APS. AD2/AD3: EMAD realizará avaliação domiciliar e assume os cuidados conforme necessidade do paciente. Em ambos os fluxos, é possível realizar a revisão dos dados da condição de saúde do indivíduo, discutir os aspectos sociais, verificar dinâmica familiar e compreensão do paciente e da família sobre a doença, tratamento e prognóstico e cuidados necessários.

Conclusões

O fluxo estabelecido e firmado com toda RAS, tem o intuito de concretizar transformações relacionadas aos pacientes, à família, aos cuidadores, às instituições de saúde e à formação de profissionais da área. A visitação beira leito no hospital, juntamente com avaliação das condições de moradia do paciente antes da admissão do mesmo no SAD estão trazendo resultados satisfatórios para devida desospitalização do paciente. Além de criar um vinculo importante com outros níveis de atenção. A visita da equipe de AD juntamente com o enfermeiro da APS também traz conforto e confiança para os profissionais que atuam diretamente no cuidado prestado ao paciente acamado. Quando há comprometimento das pessoas, com a proposta de trabalho em rede, se promove vínculos, acessos, autonomias, independência e melhoria da qualidade de vida e da assistência prestada ao indivíduo. Os desafios do cuidar no domicílio estão relacionados à construção de um projeto de cuidados em comum e integralidade da atenção, com valorização do trabalho em equipe, com responsabilidade dos serviços de saúde envolvidos, da família e da pessoa cuidada.

Palavras-chave

Alta hospitalar, Atendimento domiciliar