Apresentação/Introdução
A partir da observação da alta demanda de questões relacionadas a saúde mental de crianças e adolescentes, verificou-se uma necessidade de proporcionar um espaço de acolhimento para questões referentes esta temática nos espaços da AB, levando em consideração que o trabalho com crianças demanda um olhar especial para as questões referentes ao momento do desenvolvimento que a criança se encontra.
Objetivos
Identificar e acolher as demandas de saúde mental infantil na AB, preconizar a integralidade do sujeito, trabalhar a partir da interdisciplinaridade na compreensão do sofrimento psíquico infantil.
Metodologia
As rodinhas funcionam em atendimentos semanais e grupais, sendo uma semana destinada aos responsáveis e a outra às crianças. A separação de responsáveis e crianças acontece devido ao entendimento de que as crianças necessitam de um espaço acolhedor e lúdico, bem como os responsáveis necessitam de um espaço de acolhimento para suas questões, evitando que o grupo se torne um espaço de responsáveis queixando-se sobre as crianças ou que elas sintam-se expostas diante de outros adultos. A rodinha é acompanhada por equipe interdisciplinar da USAFA e do NASF.
Resultados
Despatologização do comportamento infantil; acolhimento de questões relacionadas ao contexto familiar; horizontalidade no processo de cuidado das crianças; diminuição no “processo de incentivo” a medicalização; questionamento de concepções cristalizadas quanto aos comportamentos infantis, problematizando queixas de “crianças problemas” em possibilidades e formas de expressão de infância; criação de novos vínculos e repertórios lúdicos; estabelecimento de um fluxo no encaminhamento para a saúde mental ou outros serviços especializados.
Conclusões
Ainda que alguns obstáculos existiram (e ainda existem) durante o percurso da implementação da rodinha de conversa, grande parte das USAFAs do Guarujá contam com este espaço de acolhimento que auxilia na organização do fluxo da saúde mental infantil e diminui a demanda do CAPSi. O trabalho segue em construção, a fim de garantir uma rede de saúde acolhedora e que enxergue o usuário forma integral e humanizada, como o SUS preconiza.