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Guarujá - SP

RODINHA DE CONVERSA: UM OLHAR PARA A SAÚDE MENTAL INFANTIL NA ATENÇÃO BÁSICA

Autor(a): Júlia Calixto Colturato

Coautor(a): Iara Bega de Paiva

Ano: 2018

Apresentação/Introdução

A partir da observação da alta demanda de questões relacionadas a saúde mental de crianças e adolescentes, verificou-se uma necessidade de proporcionar um espaço de acolhimento para questões referentes esta temática nos espaços da AB, levando em consideração que o trabalho com crianças demanda um olhar especial para as questões referentes ao momento do desenvolvimento que a criança se encontra.

Objetivos

Identificar e acolher as demandas de saúde mental infantil na AB, preconizar a integralidade do sujeito, trabalhar a partir da interdisciplinaridade na compreensão do sofrimento psíquico infantil.

Metodologia

As rodinhas funcionam em atendimentos semanais e grupais, sendo uma semana destinada aos responsáveis e a outra às crianças. A separação de responsáveis e crianças acontece devido ao entendimento de que as crianças necessitam de um espaço acolhedor e lúdico, bem como os responsáveis necessitam de um espaço de acolhimento para suas questões, evitando que o grupo se torne um espaço de responsáveis queixando-se sobre as crianças ou que elas sintam-se expostas diante de outros adultos. A rodinha é acompanhada por equipe interdisciplinar da USAFA e do NASF.

Resultados

Despatologização do comportamento infantil; acolhimento de questões relacionadas ao contexto familiar; horizontalidade no processo de cuidado das crianças; diminuição no “processo de incentivo” a medicalização; questionamento de concepções cristalizadas quanto aos comportamentos infantis, problematizando queixas de “crianças problemas” em possibilidades e formas de expressão de infância; criação de novos vínculos e repertórios lúdicos; estabelecimento de um fluxo no encaminhamento para a saúde mental ou outros serviços especializados.

Conclusões

Ainda que alguns obstáculos existiram (e ainda existem) durante o percurso da implementação da rodinha de conversa, grande parte das USAFAs do Guarujá contam com este espaço de acolhimento que auxilia na organização do fluxo da saúde mental infantil e diminui a demanda do CAPSi. O trabalho segue em construção, a fim de garantir uma rede de saúde acolhedora e que enxergue o usuário forma integral e humanizada, como o SUS preconiza.

Palavras-chave