O primeiro dia da 18 Mostra Brasil, aqui tem SUS foi marcado pela presença de centenas de gestores e profissionais de saúde reunidos em 16 salas do Centro de Convenções, em Goiânia (GO). Para que o evento transcorresse sem contratempos, foi necessária a atuação de uma grande equipe, que cuidou de cada detalhe, com reuniões de preparação, testagem de equipamentos, organização de materiais, demonstrando que, a exemplo do SUS, a Mostra se faz no coletivo. 

Para otimizar o espaço, uma das novidades deste ano foi a instalação de "salas silenciosas", compostas por telões e fones de ouvido, que possibilitaram a realização de várias apresentações simultâneas, umas ao lado das outras, sem interferências sonoras. O público aprendeu a comemorar através de gestos festivos com as mãos, sem os tradicionais aplausos, para evitar barulhos que pudessem interferir nas apresentações dos vizinhos. 

Em cada uma das salas, além dos apresentadores, que trouxeram suas experiências de diversos lugares do país, estavam presentes também três avaliadores, três apoiadores e um comentarista. O grupo se deslocou para Goiânia voluntariamente com o propósito de contribuir com a Mostra, valorizando o trabalho realizado pelos profissionais de saúde nos municípios. 

A equipe de comunicação do Conasems está acompanhando todos os momentos da Mostra, através da cobertura jornalística, do registro fotográfico e em vídeo de todas as salas, realizado pela TV Conasems. Em cada sala, há também uma equipe técnica, formada por recepcionistas, operadores de som e câmeras. O trabalho conjunto possibilitou a organização das apresentações em tempo oportuno, com retorno dos comentaristas sobre cada uma das experiências.

Diversidade

O esforço mobilizado vale a pena diante da dimensão da Mostra, considerada um dos eventos mais importantes de educação permanente do SUS. Nela, foi possível conhecer, por exemplo, a experiência de Terra Roxa, município de fronteira no Paraná que tem uma alta incidência de Hepatite B entre sua população. Uma investigação epidemiológica demonstrou que a transmissão vertical da doença da gestante para o bebê era altíssima, o que gerou uma intervenção que reverteu esse quadro. 

Através da introdução, no pré-natal, do exame sorológico das gestantes para detectar a imunidade e da atualização do esquema vacinal para as que necessitavam, os bebês de Terra Roxa ficaram protegidos. Em Santo André (SP), município paulista, crianças e adolescentes LGBTQIAPN+ também foram alvo do cuidado no Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (CAPSij). 

Uma parceria entre os profissionais do CAPS e a área de prevenção de HIV/Aids criou o grupo da diversidade, que realiza encontros semanais com usuários, com as famílias, visitas semanais aos territórios e formação continuada das equipes. Um dos aspectos interessantes da experiência é a construção de um mapa afetivo com os usuários, onde eles escolhem lugares da cidade para visitar e suas vivências são ressignificadas no território. 

Quando o cuidado se volta aos profissionais de saúde, a experiência ganha contornos relevantes. No município piauiense de Landri Sales, um estudo constatou um aumento da medicalização de profissionais de saúde em função dos transtornos psíquicos. A partir do levantamento, foi desenvolvido um processo de orientação dos profissionais de saúde sobre diagnóstico, os efeitos da medicação e a eficácia das Práticas Integrativas e Complementares (PICS). 

Este pequeno recorte diz sobre a amplitude da Mostra, que em 2023 traz 535 experiências ao XXXVII Congresso Nacional de Secretarias Municipais de Saúde. Amanhã tem mais.



Confira a galeria de fotos do dia 16 de julho: 

Fotos da Manhã

Fotos da Tarde