18/06/2025
18/06/2025 10h20
Por Giovana de Paula - Conasems
A Mostra Brasil aqui tem SUS possui dentre suas características o cuidado com a qualificação dos profissionais que apresentam as experiências. Nesse sentido, a presença dos comentaristas é fundamental. São avaliadores experientes, a maioria com longa trajetória acadêmica e de gestão, que discorrem sobre os trabalhos com muita generosidade, contribuindo para que as equipes voltem a seus territórios com mais entusiasmo.
Pela primeira vez participando da Mostra como comentarista, Fernando Cupertino, do Conass, se sentiu revigorado com o relato das experiências apresentadas na sala, cujo tema foi Vigilância. “A maioria dos trabalhos enfocou os principais problemas enfrentados pelo SUS, trazendo experiências inovadoras, inteligentes e demonstrando proatividade. É o SUS com, sem e apesar dos governos", enfatizou. Para ele, o entusiasmo das equipes é um grande diferencial. “A Mostra revela a paixão dos profissionais pelo que fazem. Sem entusiasmo não há mudanças. O grau de refinamento das experiências de municípios pequenos, pobres, é impressionante e tem muito a ensinar. Não é só uma questão de ter mais recursos, mas disposição para fazer".]
Arilson da Silva Cardoso, médico sanitarista e professor da Universidade Católica de Pelotas, veterano na Mostra, também demonstrou sua empolgação ao acompanhar, como comentaristas, uma das salas cujo tema foi Atenção Básica. “A Mostra tem revelado todo o potencial da APS, com seus atributos como garantia do acesso, equidade e participação. Vi trabalhos que incluem o atendimento da população trans, o cuidado na primeira infância". Para Arilson, a Atenção Primária tem ultrapassado suas competências ao oferecer, por exemplo, exames de ultrassonografia para gestantes, realizado por enfermeiras, e eletrocardiograma para hipertensos e diabéticos. “A diversidade das experiências apresentadas na Mostra fica muito evidente e os gestores têm a oportunidade de ver isso", complementa.
A consultora técnica do Conasems para a área de Saúde Digital, Marizelia Leão Moreira, identificou uma melhora sensível nas apresentações ao longo dos anos em que vem acompanhando a Mostra. Para ela, embora a temática da Saúde Digital seja nova, tem permeado todo sistema, inclusive com experiências de agentes comunitários de saúde e de endemias incorporando a tecnologia, independente das induções nacionais. “Tivemos muitos trabalhos de teleatendimento, que também têm contribuído com a capacitação dos profissionais. A tecnologia chega em todos os municípios com várias frentes caminhando juntas e isso impacta na qualidade do serviço, da informação e das decisões tomadas".
Para Marizelia, os desafios também tornam-se evidentes na Mostra, como a dificuldade de conectividade de algumas regiões e o cuidado que deve ser reforçado quanto à aplicação da Lei Geral de Proteção de Dados, considerando que a saúde é um tema sensível e que deve ser protegida por regras de segurança.
Haroldo Pontes, do Conass, que esteve pela primeira vez como comentarista na sala de Atenção Primária, se mostrou entusiasmado com o que viu. “Estou absolutamente impactado e encantado. No meu cotidiano, às vezes, tenho a impressão de que o SUS vai acabar. Mas como ele é vivo e tem qualidade nos pequenos municípios, nos mais distantes. Um SUS com envolvimento, dignidade e qualidade.” Trabalhador da saúde pública antes mesmo do SUS existir, na época do SUDS, ele se diz novamente envolvido por essas experiências e se dispõe a ser um colaborador frequente da Mostra Brasil, aqui tem SUS.
E assim a Mostra vai conquistando novos adeptos, demonstrando que o SUS dá certo.