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25/11/2020

Fiocruz prorroga prazo da Pesquisa Nacional “Análise do Processo de Trabalho da ESF na pandemia de Covid-19”

25/11/2020 11h18 - Atualizada em 25/11/2020 11h18

A Fiocruz prorrogou o prazo para respostas da Pesquisa Nacional “Análise do Processo de Trabalho da Estratégia Saúde da Família na pandemia de Covid-19” até o dia 31/12/2020. A investigação toma como ponto de partida a relevância da ESF, considerada a estratégia primordial para o fortalecimento da Atenção Primária e coordenadora da rede de cuidados no SUS.

Todos os profissionais de saúde que integram equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) e dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), atuando na pandemia de Covid-19, podem participar da pesquisa, respondendo o questionário. Acesse o link: https://pt.surveymonkey.com/r/ESF_Covid-19_Brasil

Sobre a pesquisa

Os profissionais das equipes de ESF atuam no mapeamento do território, na coleta de dados sobre as condições socioeconômicas e de vulnerabilidade das populações e na Vigilância Epidemiológica. Estão, portanto, na linha de frente da promoção e prevenção da saúde, prestando os primeiros cuidados a pacientes infectados pelo novo Coronavírus. O papel das equipes da ESF no controle da pandemia de Covid-19 e na mitigação da morbimortalidade é, assim, realçado.

A pesquisa é conduzida pelo Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz, em parceria com a Fiocruz Ceará, Universidade Federal do Ceará e a Universidade Federal da Paraíba. Serão explorados aspectos como incorporação de novas rotinas de serviços durante a pandemia; formas de atenção prestada a suspeitos e doentes com a Covid-19; práticas de promoção da saúde para proteção à doença e práticas de vigilância para seu monitoramento e mitigação. A pesquisa buscará, ainda, conhecer as medidas de proteção individual/familiar/domiciliar e ocupacional dos profissionais das equipes de Saúde da Família.

“Objetivamos também no estudo conhecer o acesso das equipes de Saúde da Família aos equipamentos de proteção individual e à testagem, as formas de uso da saúde digital na comunicação com os usuários, a atuação dos conselhos locais de Saúde e das equipes NASF [Núcleo de Apoio à Saúde da Família], das equipes de consultório na rua, das equipes ribeirinhas e dos programas de residência médica e multiprofissional em saúde da família no contexto da pandemia”, destaca uma das coordenadoras do estudo, a pesquisadora Ivana Barreto, da Fiocruz Ceará.

Os resultados podem subsidiar os formuladores de políticas, nas diferentes esferas de governo, federal, estadual e municipal, bem como os gestores locais, com evidências empíricas sobre como a Estratégia Saúde da Família participa do enfrentamento à Covid-19 e como o contexto das práticas no território e as condições de trabalho afetam sua atuação.

No processo de atenção aos casos suspeitos e confirmados de Covid-19, as Unidades Básicas de Saúde (UBS) devem cumprir uma série de cuidados para prestar atendimento e prevenir a transmissão da doença aos profissionais e a outros usuários, além de manter, em paralelo, os demais serviços de rotina, o que representa um desafio para as equipes da ESF e gestores de saúde.

A Atenção Primária à Saúde enfrenta desafios também por conta da atuação em territórios marcados por um quadro de morbimortalidade de elevada carga de doenças infecciosas e prevalência de condições crônicas, além de uma carga importante de causas externas, como a violência.

Entre as medidas necessárias à correta realização do trabalho pelas equipes da ESF, estão equipamentos de proteção individual (EPI) aos profissionais de saúde (máscara cirúrgica, luvas, óculos ou protetor facial e aventais descartáveis), lavagem das mãos com frequência, limpeza e desinfecção de objetos e superfícies tocados e manuseados rotineiramente, oferta de máscara cirúrgica a todos pacientes suspeitos de contaminação pelo novo coronavírus, logo após reconhecimento pelo Agente Comunitário de Saúde (ACS) ou profissional responsável pela recepção dos usuários, e condução dos casos suspeitos a uma área separada específica, visando ao isolamento respiratório.

Sabe-se, entretanto, que existem várias restrições à realização desses procedimentos nas unidades de saúde, desde a inadequação da estrutura física ao desabastecimento de EPI.

Público-alvo e a metodologia da pesquisa

A pesquisa dirige-se a todos os profissionais de saúde que atuam nas equipes da Estratégia Saúde da Família, na Atenção Primária à Saúde – médicos, enfermeiros, cirurgiões dentistas, técnicos de enfermagem, técnicos de saúde bucal, agentes comunitários de saúde e profissionais dos núcleos ampliados em Saúde da Família (fisioterapeutas, psicólogos, acupunturistas, fonoaudiólogos, entre outros).

As informações serão coletadas por meio de um questionário online, a ser acessado por qualquer dispositivo (computador, tablet ou celular) e que buscará explorar quatro eixos: perfil demográfico e profissional dos trabalhadores; manutenção e novos fluxos e rotinas dos serviços; atenção prestada a suspeitos, doentes e contatos de Covid-19; promoção da saúde; vigilância em Saúde; e proteção individual/familiar/domiciliar e ocupacional dos profissionais. A proposta é buscar a participação do maior número possível de profissionais, não havendo limite para uma amostra, nem cotas pré-definidas.