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09/09/2025

Combate às arboviroses: em Brasília (DF), Conasems participa de inauguração de Biofábrica de Wolbachia

09/09/2025 15h17

Por Maria Luíza Diniz - Conasems, com informações do Ministério da Saúde e Fiocruz

Nesta terça-feira (09/09), o presidente do Conasems, Hisham Hamida, e o secretário executivo do Conselho, Mauro Junqueira, participaram da inauguração da biofábrica de Wolbachia, em Brasília (DF). Em iniciativa conjunta do Ministério da Saúde e da Fiocruz, o Distrito Federal e os municípios de Valparaíso de Goiás (GO) e Luziânia (GO) passam a implementar oficialmente a tecnologia voltada à redução dos casos de dengue, Zika e chikungunya. 

Durante a inauguração, o presidente do Conasems, Hisham Hamida, ressaltou a importância da utilização de novas tecnologias no enfrentamento das arboviroses. “Não adiantava continuarmos com os mesmos modos de enfrentamento porque o próprio mosquito se atualizou. Como vetor, ele passou pela dengue tipo 1, 2, 3, 4, zika e chikungunya. Este é um marco histórico para aquilo que queremos para o SUS: usar a tecnologia para auxiliar os agentes lá no campo. E não vamos parar com o método tradicional e com a vacina. Só assim, somando todos esses esforços, vamos conseguir enfrentar esse mal que nos assola”. 

O método Wolbachia utiliza mosquitos Aedes aegypti que carregam a Wolbachia, uma bactéria naturalmente presente em mais da metade dos insetos da natureza. Os mosquitos com Wolbachia passam a se reproduzirem com os mosquitos locais, transmitindo a bactéria para seus filhotes. O processo ocorre de forma contínua, não sendo necessária nova liberação de insetos. Por isso, o método é considerado autossustentável. Com o tempo, a maioria dos mosquitos da região passa a ter Wolbachia, reduzindo significativamente a transmissão dos vírus da dengue, zika e chikungunya e protegendo a população de forma ininterrupta.

A escolha dos municípios prioritários foi definida pelo Ministério da Saúde com base em indicadores epidemiológicos. As liberações dos mosquitos serão realizadas por 26 semanas, beneficiando mais de 758 mil habitantes. Os mosquitos liberados nesta terça-feira são produzidos na biofábrica inaugurada em julho de 2025, em Curitiba (PR), com capacidade para gerar até 100 milhões de ovos por semana.  

O desenvolvimento da tecnologia é parte da Estratégia Nacional de Enfrentamento das Arboviroses no Brasil. Participaram da cerimônia de inauguração o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Priscila Ferraz Soares, a secretária de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Mariângela Batista Galvão Simão, o CEO da Wolbito do Brasil, Luciano Moreira, além de outras autoridades e convidados.

Na ocasião, o Ministro destacou que, em 2025, o Brasil obteve uma vitória importante contra a dengue, com redução de 75% nos casos e de mais de 73% nos óbitos no primeiro semestre, período de maior transmissão da doença. Esses resultados, segundo ele, “não são motivo para o país baixar a guarda, mas, sim, para aproveitar esse bom momento e conscientizar a população”.

Créditos das imagens: João Risi/Ministério da Saúde