12/08/2022
12/08/2022 10h14 - Atualizada em 12/08/2022 10h14
Na manhã desta quarta-feira, 10 de agosto, foi realizada a cerimônia de abertura do Global Stroke Alliance. Os participantes foram recebidos pela presidente da Rede Brasil AVC e presidente eleita da World Stroke Organization, Sheila Martins. A cerimônia contou com a presença de autoridades nacionais, internacionais: o Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga; o secretário municipal da saúde, Luiz Carlos Zamarco; o presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde – Conasems, Wilames Freire Bezerra; a representante da Organização Pan-Americana da Saúde, Socorro Gross; o presidente da Sociedade Ibéro-Americana de Doenças Cerebrovasculares, Carlos Cantú; o presidente da Academia de Neurologia, Carlos Rieder e o Presidente da Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares, Marcos Lange. Além de ministros e autoridades de saúde dos países da América Latina, Jorge Saavedra (Peru), Julio Grecco (Uruguai), Felix Schmidt (Porto Rico), Julio Borba (Paraguai) e Christopher Tuflon (Jamaica).
O Ministro da Saúde anunciou a incorporação de tratamento contra o AVC no SUS até o fim do ano, a Trombectomia Mecânica (TM), procedimento minimamente invasivo e que, em caso de AVC isquêmico grave pode desobstruir as artérias do cérebro em até 24 horas após o início dos sintomas. “Hoje o destino me reservou esse privilégio de estar junto com vocês para buscar formas mais eficientes de enfrentar as doenças cardiovasculares, que são a principal causa de óbito no mundo. E é com o Sistema Único de Saúde que nós vamos enfrentar esse problema. Até o final do ano, a Trombectomia estará incorporada definitivamente ao SUS”, disse Queiroga. A técnica, que aumenta em três vezes a chance de o paciente ter independência após o AVC, com sequelas reduzidas, foi aprovada em dezembro de 2021, pela Comissão Nacional de Incorporação de Novas Tecnologias no SUS (CONITEC).
“Selecionamos vinte hospitais que estão prontos (para oferecer a TM), que já foram avaliados e vamos capacitando outros para realmente termos uma cobertura maior. Tem que ser um hospital que tenha hemodinâmica, uma emergência 24 horas, uma tomografia, médicos treinados, UTI, então, nós já selecionamos os primeiros vinte hospitais e, agora, estamos em processo de avaliar outros nesse processo de certificação”, falou a Dra. Sheila Cristina Ouriques Martins, presidente da Rede Brasil AVC e que assumirá, em outubro, a presidência da World Stroke Organization (Organização Mundial de AVC).
O presidente do Conasems, Wilames Freire, comentou durante a abertura do evento sobre a importância do fortalecimento da Atenção Básica no combate às doenças do coração. “Existem enormes lacunas em relação a esse tema, por isso o Conasems vem realizando capacitações e movimentos nacionais de escuta dos gestores e profissionais de saúde nesse âmbito, com o objetivo de melhorar a gestão da SUS, e consequentemente, aprimorar a prevenção e tratamento dessas doenças”.
Gravidade
Somente no mês de julho, o AVC matou 8.758 brasileiros, o equivalente a 11 óbitos por hora, segundo dados do Portal de Transparência dos Cartórios de Registro Civil do Brasil. No primeiro semestre deste ano, foram 56.320 vítimas fatais, número acima das mortes por infarto (52.665) e Covid-19 (48.865). A cada minuto em que o AVC isquêmico que não é tratado, a pessoa perde 1,9 milhão de neurônios, o que resulta em graves comprometimentos que podem deixar sequelas permanentes, como redução de movimentos, perda de memória e prejuízo à fala. “O conhecimento sobre os sinais de alerta do AVC é tão importante quanto a disponibilidade de tratamento. Por isso, é uma alegria receber esse anúncio do ministro e reforçamos o trabalho que fazemos para a capacitação dos profissionais da saúde em todos os níveis desde a mais alta complexidade, até a Atenção Primária de Saúde, que devem estar preparados para integrar a rede de prevenção e serem capazes de educar e motivar os pacientes e seus familiares para otimizar o cuidado integral do AVC”, ressaltou Dra. Sheila.