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26/05/2023

5ª Oficina ImunizaSUS debate cadeia produtiva público e privada e a produção de imunizantes para o fortalecimento do PNI

26/05/2023 14h38

Nesta terça-feira (23/5), foi realizada a 5° Oficina Temática do ImunizaSUS, evento que aconteceu dentro da programação da trigésima edição da feira Hospitalar, realizada em São Paulo-SP. O tema central da reunião foi a Cadeia produtiva público e privada e a produção de imunizantes para o fortalecimento do Programa Nacional de Imunizações

Entre os destaques das discussões, estiveram o combate às fake news, a queda da cobertura vacinal e a necessidade de colaborações entre o setor público e privado para o incremento de tecnologia e retomada do prestígio da vacinação no Brasil.

A oficina foi composta por duas mesas: na primeira delas, o assunto foi O cenário da cadeia produtiva pública e aquisição de imunizantes pela Organização Pan-Americana da Saúde para as demandas do calendário vacinal; na segunda delas, A perspectiva tecnológica do setor produtivo de imunizantes para os desafios do Programa Nacional de Imunizações foi o tema.

Na primeira delas, a discussão foi conduzida por Artur Belarmino de Amorim, diretor do Conasems, presidente do Cosems de Pernambuco e secretário municipal de saúde de Afogados da Ingazeira-PE.

Lely Stella Guzmán, assessora em imunização da Organização Panamericana de Saúde (OPAS/OMS) no Brasil, trouxe para discussão a agenda de imunização para 2030, o qual visa estabelecer prioridades estratégicas para a eliminação de doenças, com um programa baseado na atenção básica com investimento na produção e imunobiológicos e investimento em inovação.

Ela falou também sobre os benefícios da participação de países no Fundo Rotativo, que é um mecanismo de cooperação técnica da OPAS que contribui na consolidação da demanda. Por exemplo, preços baixos na aquisição de vacinas, qualidade garantida, linha de crédito, facilitação de processos, solidariedade entre países para a cooperação, entre outros. O fundo tem 43 anos de atuação, tendo iniciado com 19 países integrantes contra 41 atualmente, e, segundo Lely, contribui ativamente para a sustentabilidade dos programas nacionais de imunização, com 95% das vacinas sendo adquiridas com recursos nacionais.

Maurício Zuma Medeiros, diretor do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos Bio Manguinhos, defendeu que haja um maior investimento nos atuais produtores de vacinas no país dada a complexidade do processo, sendo mais fácil a ampliação e o investimento nos laboratórios e indústrias já existentes.

“É preciso dialogar com quem está na ponta, com quem sabe o que é preciso na ponta”, afirmou o diretor. Ao apresentar dados da produção de Bio Manguinhos, o diretor trouxe, por exemplo, a contribuição de 210 milhões de doses contra covid entre os anos de 2021 e 2022.

Felipe José Fonseca Attiê, presidente da Fundação Ezequiel Dias (Funed), fez uma fala a respeito da necessidade de previsibilidade para a produção de vacinas de modo a organizar uma estrutura logística.

Ele usou o caso de Minas Gerais como um espelho da complexidade do Brasil, ressaltando que, da mesma forma que existem particularidades dentro do estado, o país conta com várias especificidades dentro do território nacional. Destacou também a urgência do combate às fake news de modo a retomar a cobertura vacinal que o Brasil já teve.

“Acredito que falta uma comunicação mais eficiente e agir de fato sobre isso. Temos vacinas que estão aí há décadas e essa cultura (da vacinação) precisa ser retomada. É preciso fazer algo sobre isso”, comentou, enquanto convidava outros atores da cena de imunização para o diálogo.

Rui Curi, diretor substituto e diretor de imunobiológicos do Instituto Butantan, trouxe dados coletado pela entidade, sobretudo ao longo dos últimos anos, principalmente no que diz respeito à pandemia da Covid-19, quando cerca de 114 milhões de doses da Coronavac foram produzidas - contra a gripe, outras 80 milhões de doses foram fabricadas pelo instituto.

Rui também endossou a importância do combate às fake news e disse que uma das formas de se atingir sucesso nessa empreitada é por meio do ensino.

Luiz Antônio Marinho, Secretário Executivo da Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Oficiais do Brasil (Alfob), em sua fala, destacou a necessidade de uma ampliação do alcance da atuação dos laboratórios para que a população tenha mais ciência da importância desses agentes na promoção de saúde no país.

Luiz destacou também a importância de ferramentas de monitoramento, como o Monitora Assistência Farmacêutica, desenvolvido pelo Conasems, que auxilia na coleta e divulgação de informações a respeito dos estoques de medicamentos no Sistema Único de Saúde.

A perspectiva tecnológica do setor produtivo de imunizantes para os desafios do Programa Nacional de Imunizações

No segundo momento da oficina, Nilo César do Vale Baracho, diretor do Conasems e secretário municipal de Itajubá-MG, conduziu a discussão.

Cinira Aguida Ferreira Marcondes, diretora associada em políticas de vacinas da Merck Sharp Dohme, explicou que a pesquisa e a inovação da MSD foram pioneiras no desenvolvimento e aprovação da primeira vacina multivalente para a prevenção de certos tipos de câncer e doenças relacionadas ao vírus HPV.

“Planejamento não é uma coisa fácil. Vacinas são produtos biológicos complexos, a fabricação da vacina HPV é complexa e demorada devido a numerosos e diferentes processos de conformidade”, explicou, afirmando que a vacina é uma das maiores conquistas da saúde pública.

André Totino, diretor de Relações Governamentais da Sanofi, explicou que a empresa carrega uma histórica parceria com a saúde pública no Brasil e citou as 100 milhões de doses de vacina contra meningite fornecidas no surto de 1974-75, além do desenvolvimento de parcerias com o Instituto Butantan e com a Fiocruz para vacinas contra influenza e poliomielite, respectivamente.

Márcio Reis, diretor de acesso da Pfizer, afirmou que a marca tem somado ao combate às fake news fortalecendo o acesso a dados de pesquisas e promovendo trabalhos sistemáticos de fact checking a fim da valorização do PNI e para alertar a população a respeito da baixa cobertura vacinal.

Eder Gatti, diretor de Imunização e Doenças Imunopreveníveis da Secretaria de Vigilância em Saúde e ambiente do Ministério da Saúde (SVSA/MS), ressaltou a necessidade de valorizar a produção nacional de vacinas para o SUS, de modo a ampliar o acesso da população a produtos estratégicos e reduzir a dependência produtiva e tecnológica do Brasil, garantindo o acesso da população. “É preciso promover o intercâmbio de conhecimento, proteger os interesses da administração pública e da sociedade”, defendeu.

As fotos da 5ª Oficina ImunizaSUS estão disponíveis para download:

5ª Oficina ImunizaSUS

Confira o vídeo com um resumo da 5ª Oficina ImunizaSUS:

Abertura da feira Hospitalar 2023

O Conasems foi convidado para a mesa de abertura da 30ª feira da Hospitalar, maior evento de saúde do Brasil. O presidente do conselho, Wilames Freire, compôs a mesa de abertura da Hospitalar junto a outras autoridades da saúde e do poder executivo, como o governador do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e Arthur Chioro, ex-ministro da Saúde. O secretário executivo do conselho, Mauro Junqueira, também esteve presente na cerimônia.

Veja a galeria de fotos da abertura do evento:

Hospitalar - Cerimônia de abertura