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14/06/2023

Ministério da Saúde lança campanha para incentivar doação de sangue

14/06/2023 14h13

Urgências e emergências, cirurgias de grande porte e tratamento de pessoas com doenças crônicas frequentemente necessitam de transfusão sanguínea. Com a mensagem “Quando você doa sangue ajuda a salvar muitas vidas, doe sangue regularmente”, o Ministério da Saúde lança, nesta quarta-feira (14), Dia Mundial do Doador de Sangue, campanha para conscientização sobre a importância da doação. A pasta também alerta que, nesta época do ano, costuma ocorrer uma baixa nos estoques de sangue, devido à proximidade das férias escolares, festas juninas, além da mudança de estação, com a chegada do inverno. 

Aproximadamente 1,4% da população brasileira doa sangue, o que representa 14 pessoas a cada mil habitantes e um total de 3.159.774 milhões de doações de sangue por ano no Sistema Único de Saúde (SUS). Isso significa que o Brasil está dentro da recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) de que 1% a 3% da população de cada país deve ser doadora. No entanto, o Ministério da Saúde reforça a importância de aumentar o número de doadores para manter os estoques de todo país regulares, sem risco de desabastecimento. Cada doação pode ajudar a salvar até quatro vidas. 

Na rede pública de saúde, todo sangue coletado é testado e liberado para uso após segurança comprovada. Além da sorologia, cem por cento da coleta passa pelo Teste NAT, desenvolvido por Biomanguinhos/Fiocruz, que reduz a chamada janela imunológica para HIV, hepatites C e B, tempo em que o vírus já está presente no doador e ainda não foi possível detectá-los. Recentemente, iniciou-se a implantação do novo parque tecnológico, kit NAT-PLUS, com a inclusão da malária como novo alvo de detecção. 

O Brasil possui 2.097 serviços de hemoterapia (coleta, hemocentros, hemonúcleos, unidades de coleta e transfusão, agências transfusionais). Uma das estratégias da Política Nacional de Sangue, Componentes e Hemoderivados é o fortalecimento das estruturas de serviços, como por exemplo, a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás). 

Hemobrás 

A Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia garante aos pacientes do SUS o fornecimento de medicamentos derivados do sangue e/ou obtidos por meio de engenharia genética, com produção nacional. Com o estabelecimento de parcerias, a empresa está reestruturando suas atividades e negociando contratos para 2024, como forma de ampliar a produção de hemoderivados. 

Atualmente, a importação de medicamentos para atender aos pacientes com hemofilia e outras doenças relacionadas à coagulação sanguínea, cuja assistência é ofertada 100% pelo SUS, supera R$ 1,5 bilhão/ano. Desta forma, o pleno funcionamento da Hemobrás é um passo fundamental para o Brasil reduzir a sua dependência externa no setor de derivados do sangue e biotecnologia. O recolhimento do plasma excedente nos serviços de hemoterapia em 2022 foi de aproximadamente 100 mil litros e a previsão para 2023 é ultrapassar 150 mil litros. Para o próximo ano, a expectativa é coletar mais de 200 mil litros. 

PEC nº 10 

O Ministério da Saúde se posiciona contra a Proposta de Emenda à Constituição Nº 10 de 2022, que pretende alterar a Constituição para autorizar a coleta e o processamento de plasma humano pela iniciativa privada. Se aprovado na forma como está, pode causar prejuízos para a Rede de Serviços Hemoterápicos no Brasil e para o Sistema Nacional de Sangue, Componentes e Hemoderivados. 

Caso a PEC 10/22 seja aprovada, o incentivo financeiro para doações de componentes sanguíneos e as campanhas mercadológicas pelo comércio de plasma poderão refletir na diminuição de doações voluntárias para a rede pública de saúde, afetando os atendimentos. Além disso, a desestruturação da cadeia de suprimentos na rede pública pode impactar na capacidade de oferta de sangue para regiões mais remotas e até em grandes centros - inclusive, o sangue coletado no Brasil poderá ser enviado para outros países, desabastecendo o mercado nacional. 

FREQUÊNCIA DE COLETA DE SANGUE 2020 – 2022 

UF / Região
Coleta 2020
Taxa por 1000 habitantes 2020
Coleta 2021
Taxa por 1000 habitantes 2021
Coleta 2022
Taxa por 1000 habitantes 2022
DF
52.705
16,35
50.115
15,27
50.481
15,11
GO
112.012
15,96
115.431
16,27
126.162
17,60
MS
46.622
16,65
49.674
17,57
49.058
17,19
MT
55.282
16,00
59.369
17,01
71.965
20,43
Centro Oeste
266.621
16,16
274.589
16,45
297.666
17,62
AL
40.932
11,97
41.096
11,97
45.934
13,33
BA
158.987
10,24
170.223
10,93
178.654
11,44
CE
90.366
9,85
97.640
10,58
99.899
10,77
MA
71.749
10,08
80.786
11,29
88.407
12,30
PB
75.888
18,52
80.989
19,66
87.191
21,05
PE
148.830
15,42
158.685
16,35
161.943
16,59
PI
41.670
12,89
48.223
14,90
50.346
15,54
RN
51.827
14,40
59.541
16,42
65.518
17,92
SE
22.604
9,61
24.551
10,35
25.931
10,84
Nordeste
702.853
12,08
761.734
13,03
803.823
13,69
AC
11.816
13,63
12.981
14,77
12.150
13,65
AM
52.689
12,43
55.153
12,84
67.259
15,46
AP
11.689
13,87
13.137
15,32
14.381
16,49
PA
83.351
9,66
84.124
9,66
96.492
10,98
RO
27.873
15,00
29.791
15,89
31.356
16,59
RR
10.014
18,31
12.088
21,79
13.830
24,60
TO
19.931
12,46
20.648
12,79
22.306
13,69
Norte
217.363
11,70
227.922
12,13
257.774
13,58
ES
70.028
16,92
58.673
14,04
71.340
16,92
MG
286.218
13,34
292.024
13,55
288.721
13,34
RJ
156.948
9,26
158.291
9,30
159.225
9,32
SP
728.480
15,81
743.882
16,04
734.654
15,75
Sudeste
1.241.674
14,01
1.252.870
14,06
1.253.940
14,00
PR
215.626
18,69
195.589
16,85
214.114
18,35
RS
210.430
18,43
204.302
17,85
212.832
18,56
SC
104.098
14,33
118.527
16,12
119.625
16,09
Sul
530.154
17,54
518.418
17,05
546.571
17,88
BRASIL
2.958.665
13,95
3.035.533
14,22
3.159.774
14,71

Com informações do Ministério da Saúde.