11/09/2024
11/09/2024 13h18
Por Coordenação de Desenvolvimento Institucional
O projeto Saúde Redes, proposto pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS), no âmbito do PROADI-SUS no último triênio (2021-2023) e continuado no atual (2024-2026), visa fortalecer a Governança Regional, Gestão e a Atenção à Saúde em regiões compostas por municípios de pequeno porte. Executado de forma colaborativa entre os hospitais Alemão Oswaldo Cruz (HAOC) e Sírio-Libanês (HSL), a iniciativa busca promover uma integração eficaz dos serviços de saúde, garantindo que as necessidades da população sejam atendidas na Rede de Atenção à Saúde (RAS) com integralidade e resolutividade, pautada pela geração de evidência territoriais locais.
O CONASEMS, reconhecido por seu papel fundamental na articulação e defesa dos interesses das Secretarias Municipais de Saúde em todo o Brasil, é o proponente deste projeto inovador. A entidade tem como missão promover a melhoria da saúde pública, e o Saúde Redes é uma extensão desse compromisso, focando em municípios com até 40.000 habitantes. As regiões de saúde foram selecionadas com base em critérios de elegibilidade, como a cobertura mínima de 80% da Estratégia de Saúde da Família (ESF), garantindo que os recursos e as ações sejam direcionados para locais com maior potencial de impacto e necessidade.
O principal objetivo do Projeto é elaborar um modelo de intervenção a partir da Atenção Básica para qualificar as linhas de cuidado priorizadas em uma perspectiva regional na intenção de apoiar a implementação e o monitoramento dessas ações nas regiões de saúde, promovendo uma gestão mais integrada e eficaz dos serviços de saúde. Além do objetivo geral, o projeto também se propõe a alcançar metas específicas, como:
1. Qualificar gestores e trabalhadores de saúde – capacitar gestores e trabalhadores dos municípios e regiões para a organização da RAS, oferecendo apoio técnico e metodológico para a implementação das ações planejadas.
2. Apoiar o Grupo de Trabalho (GT) regional – facilitar a implementação do projeto de interferência, fornecendo ferramentas de planejamento e monitoramento adaptadas às necessidades locais através de um grupo específico da região, formado no âmbito do projeto composto por gestores e trabalhadores da saúde.
3. Produzir e disseminar conhecimento – gerar e compartilhar conhecimento a partir das experiências das regiões participantes, promovendo a melhoria contínua e a adaptação das práticas de cuidado em saúde.
A metodologia do projeto é baseada em um desenho colaborativo e participativo, que inclui metodologias ativas que promovem a troca de experiências, a reflexão crítica e a prática interprofissional entre os atores locais. O projeto combina encontros presenciais e atividades remotas para monitoramento e avaliação contínuos ao longo de 14 meses.
Cada ciclo é mensal e iniciado com a troca de conhecimentos sobre temas estruturantes para a conformação das RAS, seguido de atividades práticas e análise dos resultados. Os ciclos são organizados em três etapas principais: o ciclo "Conhecer", que envolve a leitura de necessidades e a análise da situação de saúde; o ciclo "Priorizar", onde se define um problema de saúde a ser abordado e a linha de cuidado correspondente; e o ciclo "Monitorar/Implementar", que se concentra na execução das intervenções e na avaliação de seus impactos.
O projeto emerge a partir da Educação Permanente em Saúde (EPS) que enfatiza a colaboração e a aprendizagem em equipe, fortalecendo a capacidade dos profissionais de saúde de trabalhar juntos em prol de uma gestão integrada e eficaz, gerando autonomia dos municípios para lidar com quaisquer prioridades sanitárias por meio de domínio metodológico da equipe local e geração de cultura de monitoramento e avaliação nos municípios e na Comissão Intergestores Regional (CIR).
Com essa abordagem integrada e colaborativa, o projeto busca promover a transformação das práticas de cuidado em saúde, respeitando as particularidades de cada região e fortalecendo a capacidade local de gestão em saúde através da sua estrutura organizado em três eixos principais, que são essenciais para a transformação da gestão e do cuidado em saúde, quais sejam:
Eixo Gestão – central para as ações do projeto, este eixo oferece assessoramento técnico para o desenvolvimento de Planos de Integração Vertical e Horizontal do Cuidado. A proposta é garantir que os serviços de saúde sejam coordenados de maneira eficaz, promovendo a articulação entre os diferentes níveis de atenção e assegurando a continuidade do cuidado.
Eixo Educação – tem como objetivo fortalecer e implementar as linhas de cuidado priorizadas pelo território. Através de oficinas presenciais e metodologias reflexivas, gestores e equipes técnicas da rede de saúde são capacitados para lidar com os desafios da gestão em saúde, abordando temas como Modelos de Atenção, Coordenação de Serviços e Governança da Rede.
Eixo Produção do Conhecimento – este eixo visa reconhecer e compartilhar conhecimentos técnicos e experiências acumuladas ao longo do desenvolvimento do projeto. A produção de conhecimento é fundamental para a avaliação e monitoramento das ações, contribuindo para a melhoria contínua dos serviços de saúde.
O projeto, abrange no triênio 2024 - 2026, 22 regiões de saúde. Durante cada ciclo, as equipes locais participarão de atividades de planejamento, implementação e avaliação, visando adaptar as intervenções às necessidades específicas de cada região. As regiões contempladas incluem os seguintes municípios (Tabela):
Regiões de Saúde e Municípios do projeto Saúde Redes, 2024-2026:
Entre os principais produtos gerados pelo Projeto Saúde Redes estão:
1- Painel de indicadores: Ferramenta de monitoramento que acompanhará o progresso das ações implementadas e os resultados alcançados em cada região;
2- Plano de ação: Documento estratégico que detalha as intervenções planejadas para cada região, com base na análise das necessidades de saúde locais;
3- Relatórios de progresso e avaliação: Relatórios mensais e um relatório final de cada ciclo para documentar as atividades desenvolvidas, os desafios enfrentados e os resultados obtidos.
O Projeto Saúde Redes, sob a liderança do CONASEMS e do Ministério da Saúde (MS), através do Departamento de Gestão Interfederativa e Participativa da Secretaria Executiva do MS (DGIP/SE/MS), com execução do HAOC e do HSL, representa um passo importante na busca por uma saúde mais integrada e humanizada. Com foco na capacitação, na gestão e na produção de conhecimento, a iniciativa propõe transformar a realidade da saúde, respeitando as características únicas de cada região e fortalecendo a capacidade de gestão local, promovendo um cuidado eficiente e acessível para a população. Com esta iniciativa, a expectativa é que, ao final do triênio, as regiões atendidas estejam mais preparadas para oferecer um cuidado integral e de qualidade, alinhado aos princípios do SUS.
Um exemplo notável são as regiões de Sousa (PB, primeira imagem) e Campo Belo (MG, imagem abaixo), que participaram do triênio 2021-2023 e, ao longo do projeto, desenvolveram e implementaram estratégias de integração de serviços de saúde focadas na Linha de Cuidado de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), como hipertensão e diabetes, resultando em maior eficiência no atendimento e satisfação da população.
Nesse mesmo período, a região do Centro-Norte (MT) trabalhou com as Linhas de Cuidado de Saúde Mental (SM) e Materno-Infantil, finalizando suas atividades com sucesso, implementando melhorias significativas na atenção à saúde local. Já no Alto Acre (AC), o encerramento acontecerá até meados de setembro.