15/10/2024
15/10/2024 14h52
Como os países podem melhorar o monitoramento dos gastos em saúde e compreender melhor o que impulsiona as diferenças de custos entre eles. Essa é a pauta que o Grupo de Trabalho de Estatísticas em Saúde da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) está debatendo nesta segunda e terça-feira (14 e 15 de outubro), em Paris (França). Este ano é a primeira vez que o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) participa da reunião, junto com representantes do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), do Ministério da Saúde e da OPAS/OMS.
De acordo com a assessora técnica do Conasems Blenda Leite, que integra a comitiva do Brasil na agenda internacional, a OCDE dedica uma parte significativa da reunião para discutir a decomposição dos gastos com saúde entre preço e volume, fornecendo informações sobre os principais fatores que impulsionam as diferenças de custos entre os países. “Essas informações são essenciais para garantir que os gastos em saúde sejam sustentáveis e que os recursos estejam sendo alocados de forma eficiente”, comenta Blenda.
Segundo ela, durante as atividades, o Brasil apresentou o atual momento da implantação do Sistemas de Contas em Saúde (SHA), metodologia utilizada pela OCDE para medir os gastos em saúde dos países. O SHA é uma referência estatística que auxilia na compreensão dos recursos financeiros envolvidos na prestação de cuidados de saúde.
“O objetivo é qualificar a gestão de recursos públicos em saúde, assim como fomentar o desenvolvimento de análises e políticas que visam o bem-estar coletivo de forma direcionada e embasada em evidências”, destaca a assessora do Conasems.
Em janeiro deste ano, o governo brasileiro, por meio do Ministério da Saúde, assinou termo de cooperação com a OCDE para institucionalização da metodologia do SHA no Brasil. “A iniciativa irá possibilitar conhecer a produção e o gasto do setor da saúde, com focos no financiamento e no consumo final”, comenta.
Outros assuntos
Além da análise detalhada dos gastos em saúde, é pauta do encontro a discussão das principais iniciativas de monitoramento e análise de dados relacionados à saúde pública, incluindo o impacto das mudanças climáticas e o acesso a serviços de emergência.
“Nossa expectativa é que, ao fim da reunião, consigamos avançar em iniciativas para melhorar a comparabilidade internacional dos dados de saúde, com especial ênfase nas estatísticas ambientais, na resposta dos sistemas de saúde a emergências, e na análise dos custos e gastos em saúde”, avalia a assessora técnica do Conasems.
As discussões e resultados dos debates são considerados para o planejamento das coletas de dados de 2025, promovendo mais colaboração entre os países membros da OCDE para otimizar o uso dos recursos financeiros na área da saúde.