24/10/2024
24/10/2024 16h45
Por Lívia Palmieri
“Vacinas salvam vidas e garantem qualidade de vida para toda a população.” A frase é do presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Hisham Hamida, durante cerimônia alusiva ao Dia Mundial de Combate à Poliomielite – ou paralisia infantil, realizada nesta quinta-feira (24/10), na sede da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), em Brasília/DF.
A data celebra 35 anos do último registro da doença no Brasil e 30 anos sem pólio nas Américas. Contudo, apesar do momento comemorativo, instituições de saúde têm expressado preocupação, já que, apesar dos esforços de imunização, a poliomielite continua endêmica em dois países – Afeganistão e Paquistão – onde novos casos foram registrados recentemente.
“É um momento de celebração, mas também de alerta: o desconhecimento também mata, e a maioria dos profissionais que estão ingressando no Sistema Único de Saúde desconhece o que é a pólio. Precisamos ir além da Saúde, temos que trabalhar com a Educação também”, afirmou Hamida.
Segundo o presidente do Conasems, esse desconhecimento alimenta o movimento antivacina. Hamida também destacou que o aumento da cobertura vacinal depende de um esforço intersetorial, com a oferta de vacinas e condições adequadas de trabalho.
“Quero conclamar todos a fazerem seu papel na conscientização e no alerta, para que possamos criar um grande movimento. É inadmissível termos vacinas disponíveis e ainda sermos atingidos por doenças que podem ser prevenidas”, enfatizou.
Hamida citou ainda o projeto Imunize, do Conasems, um curso de educação a distância (EaD) sobre doenças imunopreveníveis. A capacitação é composta por 21 trilhas e é autoinstrucional. Saiba mais aqui.
“Continuamos conscientizando, alertando e mobilizando, porque não podemos permitir que aqueles que não têm interesse em salvar vidas prevaleçam”, concluiu.
Novo esquema vacinal
O Ministério da Saúde vai substituir as duas doses de reforço da vacina oral poliomielite bivalente (VOPb) por uma dose da vacina inativada poliomielite (VIP). Essa troca da gotinha pela dose injetável será a partir de 4 de novembro e tem o objetivo de alinhar o esquema vacinal às práticas já adotadas por países como os Estados Unidos e diversas nações europeias.
O novo esquema incluirá três doses da VIP administradas aos 2, 4 e 6 meses de idade, além de uma dose de reforço aos 15 meses. A partir de então, o esquema será: 2 meses – 1ª dose; 4 meses – 2ª dose; 6 meses – 3ª dose; e 15 meses – reforço. O Ministério da Saúde já enviou orientações aos estados para que preparem os municípios para a implementação das novas diretrizes.