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20/11/2024

Conasems promove debate sobre desafios e soluções para a recuperação das coberturas vacinais, no segundo dia da Oficina do ImunizaSUS

20/11/2024 15h01

Por Lívia Palmieri - assessoria de comunicação do Conasems

“O Conasems está à disposição, se for de interesse do Ministério da Saúde, continuar com o Imunizasus. E, nesse possível segundo ciclo, com outros desafios, como o de trazer a integração da imunização com Vigilância em Saúde e com Atenção Básica. Pensar sobre como trabalhar de maneira coordenada para somarmos esforços.” A frase dita pelo presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Hisham Hamida, nessa terça-feira (19/11), expressa a expectativa que profissionais de saúde de todo o país manifestaram durante a realização da II Oficina Nacional do Programa ImunizaSUS.

Hisham acompanhou as atividades do segundo dia do evento e fez um panorama sobre a mudança na cultura da vacinação no país. Conforme ele, o que antes era tratado como uma oportunidade, agora é visto como desperdício, ao se referir ao fato de que, com o aumento na oferta de imunizante nas Unidades Básicas de Saúde, para não perder a oportunidade de vacinar, há eventuais descartes de doses.

Diante de desafios como de logística, aquisição, distribuição e informação, o projeto ImunizaSUS tem o propósito também de disseminar informações qualificadas. “Pela primeira vez temos trabalhadores da saúde desincentivando a vacina e isso não acontecia antes. Antes, o papel era de mobilizador”, destacou o presidente do Conasems, que mencionou também o papel do ImunizaSUS de “levar informação de qualidade e colocar luz e protagonismo nesse tema tão importante que é a imunização”.

O diretor do Programa Nacional de Imunização (PNI), do Ministério da Saúde, Eder Gatti, afirmou que a recuperação das coberturas vacinais está na agenda prioritária do governo e destacou a atuação do Conasems e dos Cosems na construção de pontes entre o governo e as lideranças locais para o desenvolvimento de politicas públicas.

“O Imuniza é um projeto que nasce mediante a necessidade de recuperação das coberturas vacinais que o Conasems identificou há tempos. É um projeto completo, que leva conhecimento, faz diagnóstico dos problemas e promove oficinas como essa. Ou seja, vocês encontram o desafio do território, o problema, as questões a serem resolvidas e elaboram as próprias soluções respeitando as particularidades do território. Você carregam um conhecimento que precisa ser compartilhado”, afirmou.

Hamida e Gatti compuseram a mesa de abertura da Oficina ImunizaSUS de Planejamento e Ação dos Cosems das Regiões Sul e Sudeste que também contou com a participação de Lely Guzmán (Opas/OMS) e Rasivel dos Reis Santos Junior (Conass).

Após a abertura, os participantes debateram o "Processo histórico do SUS e da Imunização - protagonismo das Regiões Sul e Sudeste", os "Impactos do Projeto ImunizaSUS nas Regiões Sul e Sudeste" e as fragilidades, potencialidades e demanda prioritária, com a participação dos presidentes dos Cosems.

Confira:

Seminário Nacional do Projeto ImunizaSUS

Autoridades no tema compartilharam seus conhecimentos no âmbito da academia e da imprensa sobre esse fenômeno que, segundo o professor Gonzalo Vecina, um dos palestrantes, tem sido percebido no Brasil desde 2015.

Além de Vecina, a jornalista e roteirista do podcast Ciência Suja, Chloé Pinheiro, dividiu com o público sua experiência na cobertura do movimento antivacina no país e destacou que um dos desafios que a imprensa enfrenta é fazer com que a informação chegue exatamente a quem precisa.

“Não há hoje ciência sem educação, não há saúde sem informação. Não adianta a melhor vacina, o melhor estudo, a melhor evidência científica, se as pessoas não estiverem dispostas a se vacinar”, destacou o médico pediatra Renato Kfouri.

O debate também teve a participação do pesquisador do Núcleo de Educação em Saúde Coletiva da Universidade Federal de Minas Gerais (Nescon/UFMG), Ulysses Panisset.

Assista aqui: