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09/01/2025

Conasems salienta apoio dos municípios no enfrentamento à dengue

09/01/2025 15h20

“Conte com o Conasems e com os 5570 secretários e secretárias municipais nesse grande enfrentamento à dengue para que possamos ter um cenário melhor do que tivemos em 2024”, disse o presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Hisham Hamida, à ministra Nísia Trindade, nesta quinta-feira (09/01). O gestor participou da coletiva de imprensa convocada pelo Ministério da Saúde para a instalação, de forma preventiva, do Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) para Dengue e outras Arboviroses.

Na ocasião, Hamida salientou a importância do trabalho intersetorial nos territórios para enfrentar a dengue. “É a união de saúde, educação, infraestrutura, limpeza urbana, além do papel fundamental da população, com os 10 minutos por semana”, declarou. Para o presidente do Conasems, além da vacinação, que definiu como um “instrumento importante” nessas ações estratégicas, o trabalho conjunto entre União, estados e municípios é fundamental.

“Quero conclamar os secretários municipais para que a gente possa trabalhar em conjunto com as secretarias estaduais e coordenação do Ministério da Saúde para enfrentar o Aedes. Não tem outro caminho senão essa união, com cada região, cada município, observando suas particularidades e adequando o trabalho para as necessidades”, complementou.

A ministra Nísia Trindade falou sobre a parceria do Conasems no processo, destacando o trabalho do Conselho para que não houvesse desmobilização das equipes no contexto do encerramento dos mandatos. Ela também frisou a importância dos municípios no trabalho de vacinação. “Por enquanto, só temos uma vacina disponível e o Brasil é o único país do mundo que incorporou em seu sistema de saúde”, lembrou.

Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE)

Desde 2023, o Ministério da Saúde está em constante monitoramento e alerta quanto ao cenário epidemiológico no país, coordenando uma série de ações para o controle das arboviroses em todo o território nacional, dentre as quais, o COE.

Coordenado pelo Ministério da Saúde, em conjunto com estados e municípios, o COE visa acelerar a organização de estratégias de vigilância. “Nós podemos, juntos, fazer muito para a prevenção e o cuidado em relação à dengue. E a hora de fazer isso é agora”, afirmou Nísia Trindade que, em seguida, assinou a portaria que para a instituição do COE.

Plano de Contingência Nacional para Dengue, Chikungunya e Zika

Ainda durante a coletiva, o Ministério lançou Plano de Contingência Nacional para Dengue, Chikungunya e Zika, com a finalidade de fortalecer estratégias de prevenção, preparação e resposta, a partir de seis eixos.

Dentre as ações destacadas pela pasta estão:

  • expansão do método Wolbachia de três para 40 cidades ainda em 2025;
  • implantação de insetos estéreis em aldeias indígenas;
  • borrifação residual intradomiciliar em áreas de grande circulação de pessoas, como creches, escolas e asilos;
  • estações disseminadoras de larvicidas, com previsão de implantação de 150 mil unidades na primeira fase no projeto;
  • uso de Bacillus Thuringiensis Israelensis (BTI) para monitorar e controlar a disseminação do mosquito;
  • instalação de cerca de 3 mil estações disseminadoras de larvicida no Distrito Federal, na região do Sol Nascente, com expansão prevista para outras áreas periféricas do país

Veja a coletiva na íntegra:

Cenário epidemiológico

Em 2024, o Brasil registrou 6,6 milhões de casos prováveis de dengue e 6 mil óbitos, conforme o painel de atualização de casos de arboviroses do Ministério da Saúde.

De acordo com a pasta, até a quarta-feira (08/01), foram notificados 10,1 mil casos prováveis e 10 óbitos estão em investigação em 2025. Do total de casos, 50% estão concentrados nos estados de São Paulo e Minas Gerais, enquanto a região Sudeste responde por 61,8% das ocorrências.