Logo do ConasemsLogo do SUS
Atenção Básica

12/12/2019

Dezembro Vermelho: informar, testar e tratar

12/12/2019 12h36 - Atualizada em 12/12/2019 12h36

Equipes de secretarias municipais de saúde se destacam com trabalhos relacionados a prevenção e tratamento de ISTs 

Dezembro é o mês dedicado às ações de prevenção e tratamento de ISTs, principalmente HIV/aids. O período foi escolhido pelo Ministério da Saúde em razão do Dia Mundial contra a Aids, celebrado no mundo inteiro em 1º de dezembro.

Estima-se que 135 mil brasileiros vivem com HIV e não sabem. A Campanha de Prevenção ao HIV/Aids do MS este ano foca na testagem e reforça importância do tratamento. De acordo com o Boletim Epidemiológico de HIV e IST 2019 da Secretaria de Vigilância em Saúde, a infecção por HIV/AIDS cresce mais entre os jovens. A maioria dos casos de infecção pelo HIV no país é registrada na faixa de 20 a 34 anos (52,7%), principalmente em relação aos homens.

Brasil, aqui tem SUS

Experiências exitosas municipais premiadas na Mostra Brasil, aqui tem SUS abordaram essa temática: Jucurutu-RN (2019), Porto Velho-RO (2018) e Abaetetuba-PA (2017) foram as vencedoras na premiação por região e por estado. 

“Informar, testar e tratar” são as três etapas do trabalho realizado desde 2017 em Jucurutu-RN e recentemente, foi implantado em Natal-RN. O enfermeiro e autor do projeto, Túlio César, leva testes rápidos para detecção de ISTs nas escolas. Ampliando a ideia da testagem, ele começou a promover momentos de aconselhamento coletivo nas salas de aula. “Não fazia sentido somente levar os testes e não falar sobre o assunto. A gente começou a promover dinâmicas, tirando dúvidas sobre doenças e sexualidade”. 

Segundo ele, o assunto é um tabu, mas é extremamente importante conversar com os jovens. levando em conta os altos índices de ISTs nessa faixa etária. “As vezes a família não toca no assunto porque acha delicado, acha que falar sobre isso é incentivar, a escola também não aborda com medo de como os pais vão interpretar, e nesse meio o adolescente fica sem uma explicação oficial, sem amparo”. 

Projeto Beradeiro

O projeto Beradeiro é realizado pela Secretaria Municipal de Saúde de Porto Velho-RO nas comunidades ribeirinhas da capital de Rondônia. O trabalho oferta testes rápidos de HIV, Hepatite B, C e Sífilis aos moradores. Além disso, a equipe multidisciplinar realiza oficinas de educação em saúde com jovens das comunidades com foco na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e gravidez na adolescência.  

O enfermeiro e autor da projeto, Marcuce Antonio, enfatiza a importância de inserir os jovens da comunidade no combate às doenças sexualmente transmissíveis. “De forma itinerante, nós começamos a ofertar oficinas de educação em saúde, onde os próprios adolescentes das comunidades viram protagonistas desse trabalho. A partir da vivência deles a gente constrói uma ideia sobre sexualidade e formas de prevenção, e a partir disso, eles se tornam replicadores de informações”. 

De acordo com ele, muitas pessoas que moram em comunidades de difícil acesso nunca fizeram o teste rápido. “A gente leva o serviço e promove o acesso. Se o resultado der positivo, no caso da sífilis, a médica já aplica o medicamento na hora, se o diagnóstico for para HIV ou hepatites, o paciente é referenciado para iniciar o tratamento adequado, para isso, a gente organiza o transporte, marcamos as consultas e acompanhamos esse usuário em todas as etapas”.  

Esse rio é minha rua 

O projeto Esse Rio é Minha Rua, da Secretaria Municipal de Saúde de Abaetetuba-PA também faz um trabalho itinerante nas comunidades ribeirinhas da região levando  testes rápidos de HIV, Hepatite B, C e Sífilis a moradores de mais de 70 ilhas que cercam o município. 

A equipe de saúde, além dos testes, também oferece aconselhamentos coletivos e individuais aos ribeirinhos sobre doenças sexualmente transmissíveis e uso de preservativos. “A população está concentrada mais de 50% nas ilhas, os moradores têm dificuldade de chegar até os serviços, nossa missão é levar informação, diagnóstico e tratamento”, explica a autora do projeto, a farmacêutica Maria Francinete Carvalho.