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04/01/2011

SESAU Juazeiro centraliza combate e controle a leishmaniose

04/01/2011 18h33 - Atualizada em 04/01/2011 18h33

Por bravvo

COMBATEAOCALAZAR_4Mesmo com as constantes ações da Secretaria Municipal de Saúde ainda é preocupante o número de casos de leishmaniose em Juazeiro. Uma ação conjunta da SESAU, com coordenação do Departamento de Vigilância a Saúde está sendo desenvolvido desde o ano de 2009 como forma de diminuir os índices. “Esse trabalho é feito pela Vigilância a Saúde, mas compreende a Vigilância Epidemiológica, Endemias, Vigilância Sanitária, Mobilização Social e Centro de Zoonozes”, garante o Secretário Dr. Antonio Bonaparte.      

Em 2010, segundo a Dra. Janielly Matos, Coordenadora da Vigilância a Saúde foram registrados 26 casos da leishmaniose visceral e 26 da tegumentar.  A coordenadora informou também que foram, infelizmente registrados 3 óbitos de pessoas que moravam nos bairros Campo Alegre, Franciscanos e Horto. “São 2 os critérios de confirmação de diagnóstico da leishmaniose. Há o clínico, que é sugestivo em termos epidemiológico e o laboratorial, chamado ‘k39’ ou mielograma”, ressaltou Dra. Janielly. Ela acrescentou lembrando que “na avaliação epidemiológica já pode ser constatada  a presença do mosquito flebótomo numa região”.

A leishmaniose foi durante longo tempo uma doença tipicamente das zonas ruais dos municípios. Segundo o Departamento de Vigilância a Saúde ao aumento do número de casos nas chamadas zonas urbanas, deve-se ao desmatamento de mata nativa fazendo com que o inseto desloque-se para as cidades em função da conubarção como ocorre em Juazeiro, Barbalha e Crato, principais cidades da Região Metropolitana do Cariri.

Num levantamento histórico sobre a leshimaniose do tipo tegumentar há registros em 2007 de 20 casos, sendo que todos foram curados. Em 2008 foram 19 com o mesmo número de tratamento e cura. Em 2009, já com ampliação da busca ativa, foram 45 notificações. Destas, 40 pessoas foram curadas, 3 abandonaram o tratamento e duas faleceram. Em 2010 foram 26 notificações sendo que 15 já foram curados, 10 estão em tratam,ento e 1 abandono foi registrado.

Já sobre a do tipo visceral o levantamento aponta em 2008 um total de 36 notificações com 29 pessoas curadas, 5 abandonos  e 2 óbitos. Em 2009 foram 29 notificações com 18 pessoas curadas, 3 abandonos, 5 em tratamento e 3 óbitos. No ano passado foram 26 notificações com 21 pessoas curadas, 1 em tratamento e 3 óbitos e uma pessoa com diagnóstico de falecimento por outra causa. O tratamento de uma pessoa com a leishmaniose dura em média 180 dias, mas pode ir além deste período de acordo com a gravidade e se o paciente tiver outras complicações como o diabetes que dificultam a cicatrização.

Em 2010 um importante projeto foi elaborado e aprovado junto ao Ministério da Saúde       para ações no combate a controle a leishmaniose com liberação de recursos da ordem de R$ 100 mil.De forma exclusiva neste tipo de controle endêmico estão trabalhando 10 homens. Os serviços já foram realizados nos bairros Romeirão e Salesianos e em trechos dos bairros Franciscanos, João Cabral e Pirajá. Os agentes visitaram quarteirões de bairros onde já houve notificação da doença atrtavés de raios geográficos. Cada raio visitado corresponde a 18 quarteirões. Na zona rural o serviço foi realizado nos sítios Maroto e Gavião. A meta é alcançar todo o município com o serviço.

Até 23 de dezembro 885 cães passaram pelo teste da sorologia com 30 casos confirmados. Para os cães em que há confirmação da doença o único caminho é a eutanásia através do Centro de Zoonoses. Exciste quem diga que há uma vacina para o animal com leishmaniose, contudo, apesar de sugerida pelo Ministério da Agricultura, segundo Dra. Janielly, “não é reconhecida pelo Ministério da Saúde, sendo que a única alternativa é realmente a morte do animal”. É fundamental também que a população dê acesso aos agentes de endemias e ajude no momento da coleta do sangue do animal.  

O que é leishmaniose? 

É uma doença causada por protozoários do gênero Leishmania, ao homem e diversas espécies de animais silvestres, domésticos – caninos, equídeos e mais raramente felinos.

A leishmaniose é caracterizada pela OMS (organização mundial de saúde) como uma das seis doenças infecciosas mais importantes do mundo.

A transmissão da doença se dá através da picada de um inseto, o flebótomo do gênero Lutzomyia, que é pequeno o suficiente para atravessar malhas de mosquiteiros e telas. Ele recebe diversos nomes que variam com a região onde é encontrado, como mosquito palha, tatuquira, birigüi, cangalhinha, asa branca, asa dura e palhinha. 

LEISHMANIOSE FORMA VISCERAL – forma crônica caracterizada pelo acometimento sistêmico (dos órgãos internos) pela leishmania, em oposição aos casos acima descritos, em que a doença é restrita à pele ou mucosas. No Brasil, a leishmania chagasi é o parasita que causa leishmaniose visceral. 

LEISHMANIOSE TEGUMENTAR OU FORMA CUTÂNEA – mais de 90% dos casos do mundo ocorrem na Arábia Saudita, Irã, Afeganistão, Peru e Brasil. É caracterizada pela presença de uma úlcera indolor, nas partes expostas do corpo, com formato arredondado ou ovalado, de tamanho variável (desde milímetros até alguns centímetros) e bordas elevadas. O período de incubação (tempo decorrido entre a picada do inseto e o aparecimento de sintomas) é em torno de 2 a 3 meses, mas pode variar de 2 semanas a dois anos. 

Mais informações:
Dra. Janielly Matos, Coordernadora da Vigilância a Saúde
Centro de Dermatologia de Juazeiro do Norte
Rua Tabelião João Machado, S/N – Bairro Santa Tereza
CEP 63050-540
Fone: (88)3511-9161

 Assessoria de Comunicação da Secretaria Municipal de Saúde