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Vigilância em Saúde

03/02/2023

Em oficina temática do ImunizaSUS especialistas discutem a hesitação vacinal no Brasil. Na ocasião também foi lançado o volume 1 da pesquisa nacional sobre cobertura vacinal

03/02/2023 15h01

Ao longo do ano de 2023, o Conasems vai realizar oficinas temáticas mensais para discutir os resultados da Pesquisa nacional sobre cobertura vacinal, seus múltiplos determinantes e as ações de imunização nos territórios municipais brasileiros. O estudo é fruto da parceria entre o Conasems e o Núcleo de Educação em Saúde Coletiva da Faculdade de Medicina da UFMG (NESCON/FM/UFMG) no âmbito do Projeto ImunizaSUS. 

Clique aqui e faça o download do primeiro volume da pesquisa

No primeiro encontro do ano, realizado no último dia 24 de janeiro, a temática central foi a discussão sobre hesitação vacinal no Brasil. Além dos debates e das atividades com os pontos focais de vigilância em saúde dos COSEMS e membros da diretoria do Conasems, a atividade teve também uma mesa temática com a participação da pesquisadora da UFMG Daisy Xavier e integrante da equipe responsável pelo estudo, de Luís Felipe Sardenberg, assessor de comunicação da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), da repórter de saúde do jornal Estadão, Fabiana Cambricoli, e do secretário municipal de saúde de Afogados da Ingazeira e presidente do Cosems/PE, Artur Belarmino. 

Durante a apresentação de alguns resultados da pesquisa sobre hesitação vacinal com a população em geral e profissionais de saúde, incluindo um recorte específico de pediatras de consultórios privados, Daisy Xavier destacou que apesar do recente crescimento da hesitação vacinal no país, a percepção geral sobre vacinas ainda é positiva e precisa ser aproveitada enquanto os movimentos antivacina não disparam no Brasil. 

A partir de Entrevistas Telefônicas Assistidas por Computador (ETAC), foram entrevistadas 2.235 pessoas com 18 anos ou mais. Na avaliação das respostas, os pesquisadores perceberam que a preocupação com os efeitos colaterais das vacinas apresenta menor proporção entre as pessoas sem instrução formal e maior proporção entre aqueles com ensino superior incompleto e que a hesitação é maior entre aqueles com menor nível de instrução e renda. 

Também foi feita uma pesquisa com o público específico de profissional de saúde com relação à hesitação vacinal. O público foi dividido em dois grupos: o que respondeu as entrevistas telefônicas era formado por profissionais que trabalham nas salas de vacina no SUS; o segundo grupo era formado por pediatras que trabalham em consultórios privados e que responderam a um questionário online.

No geral, a maioria dos profissionais entrevistados reconhece que as vacinas são seguras, eficazes e confiam nas recomendações do PNI e no sistema regulatório brasileiro. Por outro lado, reconhecem que a hesitação vacinal é um fenômeno que tem crescido nos últimos anos. Como forma de estabelecer ações mais assertivas, é imprescindível estabelecer os contornos da hesitação vacinal no nível local, buscando conhecer o perfil do grupo e os principais motivadores para o atraso ou recusa aos imunizantes.

Durante o evento foi lançado também o primeiro volume da pesquisa,  disponível para consulta e você pode fazer download do material clicando aqui. Neste primeiro volume apresentamos dois aspectos introdutórios da pesquisa, a revisão de literatura nacional e internacional e um estudo descritivo e retrospectivo sobre cobertura vacinal no Brasil entre 2010 e 2021

No capítulo que trata da revisão bibliográfica apresenta-se estudos sobre os fatores associados às quedas de cobertura vacinal no Brasil e no Mundo; como são compreendidos os processos de desinformação sobre vacina e aspectos conceituais, metodológicos da hesitação vacinal e os fatores associados a esse fenômeno.

Em relação ao estudo descritivo sobre as coberturas vacinais entre 2010 e 2021 foram  incluídos quatro indicadores para todos os imunobiológicos registrados (Taxa de Cobertura, Taxa de Abandono, Homogeneidade, Proporção de salas de vacina com alimentação mensal das doses de vacinas aplicadas e da movimentação mensal de imunobiológicos), desagregáveis por grandes Regiões, Unidades da Federação, perfis dos municípios (porte populacional), capitais e regiões metropolitanas.

O objetivo deste estudo é o de analisar a situação atual e identificar os principais desafios à efetividade da política e das ações de imunização nos territórios municipais em nível nacional, investigando a queda da cobertura vacinal e seus determinantes, com ênfase na hesitação vacinal.



Confira um resumo de como foi o evento: 

Confira a galeria de fotos do evento: 

Oficina do ImunizaSUS - Janeiro/2023