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10/03/2023

Terceira oficina temática do Projeto ImunizaSUS discute sobre os desafios relacionados aos sistemas de informação e seu impacto nas coberturas vacinais

10/03/2023 17h21 - Atualizada em

A terceira oficina temática do Projeto ImunizaSUS aconteceu nesta quarta-feira (08/03) em Goiânia-GO durante  o III Congresso do Cosems/GO. Com o tema “Sistemas de Informação e Coberturas Vacinais – Desafios e Panoramas atuais ”, as discussões levantadas durante a oficina trataram dos problemas envolvidos no registro e disseminação das vacinas aplicadas em todo o país. 

Participaram do debate Jackson Freire Araújo, integrante do grupo de pesquisa do Núcleo de Educação em Saúde Coletiva da Universidade Federal de Minas Gerais (NESCON/UFMG);  Lucinéia Vieira Matos, promotora de justiça e coordenadora do Centro de Apoio Operacional do Ministério Público do Estado de Goiás (CAO Saúde/MPE/GO); Cláubia Júlio Oliveira, coordenadora do Programa de Imunização da

Prefeitura de Uberlândia-MG e Frank James Pires, Coordenador-Geral de Arquitetura, Produto e Soluções de Tecnologia da Informação e Comunicação do DATASUS. 

Durante a apresentação do pesquisador da UFMG, Jackson Freire, foram apresentados dados levantados na “Pesquisa nacional sobre cobertura vacinal, seus múltiplos determinantes e as ações de imunização nos territórios municipais brasileiros” feita em parceria com o Conasems no âmbito do Projeto ImunizaSUS. Nos dados, ficou evidenciado que os problemas mais frequentes no registro de vacinas nas cinco regiões do país são: utilização de sistema próprio incompatível com o e-SUS ou o SI-PNI; falta de pessoal capacitado para atividade de registro; profissional que aplica vacina não é capacitado para utilizar o sistema de registro; ausência de profissionais em quantidade suficiente para o registro. (Clique aqui e faça o download da apresentação)

“Somado a isso, é muito frequente nos registros de vacina ter problemas como o fato do registro ser feito manualmente e posteriormente ir para o sistema, ou a dificuldade de acompanhamento da cobertura vacinal e a falta de computadores suficientes para os registros. A sobreposição de problemas e fatores forçam os municípios a adotarem estratégias para minimizar os problemas, como realizar mutirões de registro, utilização de sistemas locais e investir em capacitação própria para os profissionais”, destacou Jackson durante sua fala.

 

Ainda sobre os dados levantados na pesquisa, no questionário qualitativo aplicado, foram ressaltadas algumas respostas como as listadas abaixo: 

1) Mudança de sistema - “Temos duas situações gravíssimas que, do meu ponto de vista, são péssimas. A primeira situação foi a mudança do sistema de informação do SI-PNI, que era um sistema robusto com capacidade de englobar todas as informações de imunização, desde a vacinação até o evento adverso. As vacinas de rotina mudaram para o e-SUS que é um sistema que tem muitas fragilidades.”

2) Sobrecarga de trabalho - “A gente enfrenta esse tipo de problema, principalmente, nas salas que têm somente um vacinador. Percebemos que eles dão prioridade, claro, a vacinar e atender a população e mantém aquele registro em livro de ata para depois passar para o Sistema de Informação. Realmente, ou você atende a população e vacina todo mundo, ou você atende pouco e registra a vacina.” 

3) Infraestrutura - “Muitas salas de vacina não possuem internet, algumas funcionam com a internet paga pelos servidores da unidade. Não há computador exclusivo para cada sala de vacina.”





Sistemas de informação e as responsabilidades com menores de idade

O coordenador-Geral de Arquitetura, Produto, e Soluções de TIC do Ministério da Saúde, Frank Pires, levou em sua apresentação informações sobre a interoperabilidade dos Sistemas de Informação e seu impacto nas coberturas vacinais. (Clique aqui e faça o download da apresentação.)

Durante a fala da promotora de justiça e coordenadora do CAO Saúde/MPE/GO, Lucinéia Vieira Matos, foi abordado o tema  das responsabilidades dos pais em cumprirem o calendário vacinal infantojuvenil de seus filhos. “O Estatuto da Criança e do Adolescente prevê inclusive, que o responsável que descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres inerentes ao poder familiar ou decorrente de tutela ou guarda, por determinação da autoridade judiciária ou Conselho Tutelar, pode pagar multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência.” (Clique aqui e faça o download da apresentação). 

Por fim, a coordenadora do Programa de Imunização da Prefeitura de Uberlândia-MG, Cláubia Júlio Oliveira, apresentou os dados de cobertura vacinal do município e compartilhou com o público presente os desafios enfrentados na cidade que foi classificada pelo Previne Brasil com a melhor Atenção Primária em Saúde do estado. “A queda nas coberturas vacinais é fato e a culpa não pode ser atribuída apenas a ausência de registros. Mas para reverter a baixa cobertura, é imprescindível um sistema, não só para registro, mas acima de tudo ferramentas de gestão estratégicas”, pontuou Cláubia. (Clique aqui e faça o download da apresentação)(Clique aqui e faça o download da apresentação)

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