O presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Alagoas (Cosems-AL) e vice-presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Rodrigo Buarque, preocupado com o aumento incomum de casos de intoxicação grave após a ingestão de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol  e, com base no alerta divulgado recentemente pelo Ministério da Saúde, está orientando os gestores e técnicos municipais de saúde a adotarem as medidas pertinentes diante de possíveis casos. 

O MS publicou uma nota definindo os sintomas relativos aos casos suspeitos e como os profissionais de saúde devem proceder diante da situação que tem assustado o país nos últimos dias. Vale ressaltar que o metanol é um solvente altamente tóxico, utilizado em produtos industriais e, segundo o MS, deve ficar em alerta o indivíduo com história de ingestão de bebidas alcoólicas que apresente, após 6 a 72 horas da ingestão, persistência ou piora de um ou mais sintomas.

Os sintomas incluem embriaguez, acompanhado de desconforto gástrico ou quadro de gastrite; manifestações visuais, incluindo visão turva, borrada, e escotomas ou alterações na acuidade visual. O quadro pode evoluir para rebaixamento de consciência, convulsões, coma, alterações visuais persistentes, sendo confirmado o caso de intoxicação por meio de exame laboratorial positivo para metanol em dosagem sérica ou urina. 

O diagnóstico definitivo da intoxicação por metanol é realizado por cromatografia gasosa, método de referência para identificação e quantificação específica do toxicante. 

Rodrigo Buarque destaca que o Cosems-AL não medirá esforços para apoiar os municípios no enfrentamento de eventuais casos. Segundo ele, ainda não há caso confirmado em Alagoas, mas se houver confirmação laboratorial, as amostras biológicas devem ser encaminhadas ao Laboratório de Toxicologia da Polícia Científica do Estado de Alagoas, responsável pela execução das análises.

Será de responsabilidade do serviço de saúde a coleta adequada da amostra de sangue; o armazenamento da amostra até o recolhimento por parte do Lacen. O titular do Cosems-AL adverte que a intoxicação por metanol é uma emergência médica que pode levar a sequelas permanentes, como a cegueira, e até à morte. “Em casos suspeito, o indivíduo precisa agir rapidamente e procurar uma unidade básica de saúde ou Unidade de Pronto Atendimento”, reforçou.

Dentre as recomendações necessárias às Vigilâncias Municiais - no tocante ao enfrentamento desse tipo de intoxicação - estão o reforço da fiscalização de estabelecimentos que vendem bebidas alcoólicas, com atenção especial a produtos de origem desconhecida ou sem registro; a adoção de medidas legais em caso de produtos suspeitos ou riscos à saúde pública; a coleta de amostras para análise sempre que houver suspeita de intoxicação; e a atuação em conjunto com órgãos de defesa do consumidor, segurança pública e outros.

Cabe ainda às Vigilâncias Municipais a atuação em conjunto com órgãos de defesa do consumidor, segurança pública e outros, quando necessário; à orientação da população a comprar apenas bebidas de fabricantes legalizados e a evitar produtos com sinais de adulteração; atender e priorizar denúncias, divulgando os canais oficiais para a população relatar irregularidades.

Via assessoria de comunicação do Cosems-AL